A palavra fala,
Sozinha, acompanhada,
comanda, manda, demanda...
.
Sublinhada empolga,
inclinada declina.
Clínica, clinica.
Cria idéias,
cria assunto.
.
Causo.
Causo de vida,
caso de amor,
vida de festa, sonho perdido.
Vida vazia!
.
É no discurso
da grande fala
que a fala se cala.
.
Sem nome e sem corpo.
Silencia na voz,
silencia no afeto,
silencia na dor.
Aih! como dói!
.
A palavra,
sempre ela
a palavra.
.
Pa-lavra.
.
Larva que queima,
pá que recolhe, acolhe...
Texto, testículo, prazer;
gozo, ferida, fenda, fruição.
.
A palavra,
sozinha, desacompanhada,
comanda, manda, demanda...
Nomeia, corporifica.
Re-signi-fica.
Como disse o Anselmo, a Roda tem que girar. Aceitar um texto pelo seu prazer e não cerceá-lo em demasia com códigos de conduta também precisa ser levado em consideração.
Prometi reescrever de forma simples, e aí está. A poesia é um bom recurso. Aqui se fala mais, com o mínimo de palavras. É óbvio que não vou explicar o escrito. É como na piada, se você explica, ela perde o sentido. Quem não entender, que não se desespere, espero. Repetindo o Anselmo: “Viva e deixe a língua viver, mesmo que a principio não haja tantos significados.”.
Tentando responder o Osame se é desejável uma tradução conceitual da Psicanálise, sem o uso do jargão, não acredito que ela seja, por definição, intraduzível, mas nós também temos problemas. Em nosso meio, muitas vezes, o psicanalês, o lacanês e/ou outro (ês) irrompem trazendo dificuldades. Outras vezes a questão é institucional e a visibilidade da psicanálise se perde em nome deste ou daquele discípulo(?) de Freud, deste ou daquele conceito. O próprio Lacan disse, certa vez, cabe a vocês serem lacanianos, quanto a mim, eu sou freudiano.
Como eu sou um pouco kantiano e o que me move é o entusiasmo, vou continuar escrevendo.
Feliz 2007 para todos.