10 outubro, 2007

MAD SCIENTIST


Acredito que o estereótipo mais presente na cultura (popular ou não) é o cientista louco (ver aqui para o conceito e ver aqui para uma lista de personagens na industria cultural). Obviamente é um estereótipo que prejudica bastante os cientistas e o despertar de vocações científicas, especialmente entre mulheres.

Talvez seja tempo de discutir seriamente este estereótipo, pela carga de discriminação que contém: especialmente nos quadrinhos e desenhos animados dirigidos a crianças, em uma verdadeira lavagem cerebral, os vilões são intelectuais e muitas vezes cientistas, enquanto que os mocinhos possuem poderes "naturais" (não tecnológicos), mágicos, e pouco entendem de ciência. Na melhor das hipóteses, o cientista é um ajudante do herói, um ajudante meio atrapalhado por sinal.

Mas precisamos enxergar que este estereótipo não é a-histórico, ou seja, a representação social do cientista teve variações ao longo dos séculos. Um livro que traça essa evolução, os altos e baixos do status cultural da Ciência e dos cientistas, é "A Escalada da Ciência", de Brian L. Silver. Eu o recomendo fortemente, pois faz tempo que não encontrava um livro de divulgação científica com prosa tão gostosa e profundidade nada desprezível

Para continuar a ler, ver aqui no SEMCIÊNCIA.

10 comentários:

Kynismós! disse...

Não seria anistórico?

João Carlos disse...

Bom... Os "Magos" (em seu significado original: "homem de conhecimentos") também sempre foram considerados pessoas estranhas, ora ameaçadores, ora simplesmente desmiolados.

Os modernos Magos - os cientistas - herdaram toda este estereótipo popular. E, convenhamos, diversos acadêmicos parecem fazer questão de perpetuar os estereótipos (talvez até por uma "concessão": se portam de maneira pouco sociável ou afetam um nefelibatismo pour epater le bourgeois

Osame Kinouchi disse...

Ok, Krishna, vc venceu: o certo eh anistórico. ahistorico é um erro muito comum, busque no google e vc acha 46.900 paginas contra 215 que usam anistórico...

Será que um dia os dicionarios serão mudados?

Osame Kinouchi disse...

Bom, o que eu acho eh que para cada cientista louco do mal que vc me citar (da vida real, ok, nao da literatura ou cinema), eu cito 10 politicos, militares, revolucionarios e lideres religiosos mais malucos e mais do mal (ou seja, que mataram mais gente inocente...)

João Carlos disse...

OK:

Veja bem... Eu estou falando de estereótipos, não de pessoas reais. E este conceito de "gênio do mal" é algo extremamente dependente do referencial.

Citando um exemplo: Richard Feynman. Pela leitura do livro dele, me pareceu o tipo de sujeito com quem eu gostaria de travar conhecimento. Mas o comportamento dele para com as mulheres é um bocado desprezível... Some a isso o fato dele ter trabalhado no Projeto Manhattan e falar nisso como se fosse a coisa mais natural do mundo... E o orgulho com que ele se declara um "prankster"...

Mas, como ele é indiscutivelmente um gênio da física, essas falhas graves de caráter são rotuladas como "excentricidade" e "bom-humor" (eu detestaria ser o alvo de uma practical joke dele...)

O personagem que Maria escolheu, o Professor Girassol, é um chato de galochas, surdo como uma porta e sempre no mundo da Lua... Outro estereótipo. Mas dizem que Wiener se enquadrava quase que perfeitamente no "perfil"...

Neste tópico, em particular, eu não vou escrever artigo algum, porque sou um outsider. Vou me limitar a comentar porque quero ver o que os cientistas acham de si próprios... :D

Kynismós! disse...

OK, do jeito que as coisas andam talvez mudem para pior.


PS: só faltava um ser quântico escrevendo nesse blog, agora não falta mais nada.

Anônimo disse...

Kynismós,
O que lhe leva a pensar que mudamos para pior? Só pela presença da quântica? Neste caso você não se equipara ao Papa que não queria que a Terra saísse do centro do Universo?
Sorry. A realidade não é o que vês.

Kynismós! disse...

Oh Zé, estava respondendo ao OK pela pergunta sobre os dicionários. Eu hein!

Maria Guimarães disse...

isto me lembrou um podcast que ouvi - creio que a palestra do George Amato no Science and the city.
ele conta que algumas vezes ligou a televisão para ver a série CSI, por curiosidade em ver-se de certa maneira representado. mas ficou meio frustrado porque os cientistas forenses da série não são caras bonitões, bem-resolvidos, descolados - ou coisas do gênero. à frustração dele os filhos responderam - "pai, olha pro espelho".

Silvia Cléa disse...

Pô, Maria!

Essa foi sacanagem pura! :(((
Fiquei tremendamenda ofendida...
uauauauuauauauuauaauau

Vc não poderia ter lembrado de "outro"episódio?..

bjos