Este artigo do NYT comenta sobre o fato de que parece que temos um módulo especializado para reconhecimento de faces. Uma coisa interessante, ligada ao tema do Roda de Ciência deste mês, é o porque de grande parte dessas faces são interpretadas como tendo significado religioso (a foto acima é chamada de "face de Deus". As faces usualmente são interpretadas como a Virgem Maria, Jesus Cristo, Abraham Lincoln ou mesmo um ET (no caso da face marciana em Sidônia, que desapareceu quando fotos melhores foram obtidas).
Hipótese: Outra pesquisa mostra que temos neurônios especializados ("neurônio de Jennifer Aniston") para rápida detecção de personalidades bem conhecidas. Juntando as duas coisas, teriamos então que as faces mais facilmente identificadas em padrões aleatórios seriam as ligadas a esses neurônios.
Previsão testável da minha teoria: deve existir um(s) neurônio(s) especializados na detecção da face - historicamente construida - de Jesus Cristo (nos católicos, além disso, um neurônio da Virgem Maria).
Hipótese: Outra pesquisa mostra que temos neurônios especializados ("neurônio de Jennifer Aniston") para rápida detecção de personalidades bem conhecidas. Juntando as duas coisas, teriamos então que as faces mais facilmente identificadas em padrões aleatórios seriam as ligadas a esses neurônios.
Previsão testável da minha teoria: deve existir um(s) neurônio(s) especializados na detecção da face - historicamente construida - de Jesus Cristo (nos católicos, além disso, um neurônio da Virgem Maria).
Update: Daniel Doro Ferrante indicou na Roda de Ciência um interessante link sobre reconhecimento de padrões em estímulos aleatórios: apophenia.
5 comentários:
Osame, não são todos os privilegiados que têm acesso ao "Times Select"...
Se você pudesse dar um Ctrl+C/Ctrl+V e anexar a um email... quem sabe um certo sujeito metido a tradutor não blogava uma versão pirata em português?...:)
Otima ideia, Joao, farei isso assim que voltar para Ribeirao!
osame, não entendi a hipótese tão reducionista. o cérebro é uma estrutura de complexidade e versatilidade tais, que não faz o menor sentido (acho) falar em um neurônio, mesmo com a concessão do plural entre parênteses. (veja a matéria de capa da Pesquisa Fapesp deste mês, sobre o trabalho de Nicolelis e companhia).
me parece lógico que a seleção natural tenha agido para que tenhamos a capacidade inata de detectar rostos - somos seres sociais e dependentes, nossa sobrevivência depende disso!
não consigo entender por que guardaríamos um neurônio que seja, quanto mais vários, só para enxergar ali naquele rosto uma imagem religiosa. esse reflexo deve vir de algo ainda mais complexo. a necessidade de se sentir parte de algo maior que faça sentido não está só nuns neurônios. onde está, não sei dizer.
Maria, eu nao falei de religiao, eu falei que se houver pequenos grupos de neuronios especializados em memorizar rostos (tanto a representaçao distribuida quanto a representação localizada são usados no cerebro), a apophenia tenderia a produzir mais reconhecimentos de rostos usuais (Virgem Maria, Jesus, etc) do que de rostos idiosincraticos. Ou seja, entre os romanos, eles veriam rostos de Apolo, Afrodite etc.
é a tal "imagem de busca", suponho. uma águia acha um ratinho melhor do que uma suposta vaca com a mesma capacidade visual, porque está sintonizada praquilo. um entomólogo vê insetos em qualquer lugar, que passariam desapercebidos para a maior parte de nós, pelo mesmo motivo.
agora, continuo em dúvida se alguém sabe como funciona, a nível neuronal e o que mais pode estar envolvido aí.
Postar um comentário