No final de agosto foi publicado, no BMC Genomics, artigo (“Effect of active smoking on the human bronchial epithelium transcriptome”) cuja chamada alertava para o fato de que ex-fumantes ainda estavam em risco. Assim a notícia alastrou-se por toda a imprensa...
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14 setembro, 2007
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7 comentários:
Caramba!... Não sei como esta notícia me passou despercebida (eu sou tabagista e safenado...)
Mas é exatamente o mal das "divulgações jornalísticas" da "divulgação científica". Primeiro, os repórteres dizem o que acham que o público gostaria de saber, não o que tem que saber. E, segundo, pode crer que houve grande pressão da indústria do tabaco para que a divulgação de uma notícia de pequeno significado (amostragem ridiculamente pequena), ganhasse repercussão.
Me ocorre um exemplo parecido, com uma notícia que "estremeceu" o mundo da astronomia: a descoberta de um enorme "vazio" no universo próximo. Curioso, mas não tão surpreendente assim. Mas o próprio EurekAlert da AAAS, usava o termo "enormous gaping hole" e a mídia fez uma farra...
A pergunta pode ter diversas interpretações. Inclusive por que um estudo tão insignificante mereceu publicação, em primeiro lugar. Eu mesmo já flagrei a Nature fazendo contra-propaganda contra bio-combustíveis com dados, para dizer o menos, grosseiramente exagerados.
Alas, all human!...
OI, João!
Desde o momento em que o artigo foi publicado eu já fiquei de "olho" e pensando em fazer um post...quando foi escolhido o tema do mes achei que era a oportunidade! Mas minha ansiedade foi crescendo a cada pessoa que eu via comentando sobre a leitura que fazia sobre o mesmo em um veículo: as compreensões eram as mais díspares! O pior é que havia inclusive alguns pesquisadores da área de saúde...daí achei que alguns limites tinham sido transpostos! Então, não medi esforços para os esclarecimentos.
O pior é que há muita gente que sequer entende de estatística e pesquisas científicas e não tem a menor noção de que possa haver algum viés por trás do que lhes chega como "notícia"...
Salve, Sílvia!
Pois veio em excelente hora!... Essa expressão em itálico em meu comentário, é o título de uma artigo do Asimov que comentava as fraudes (conscientes e inconscientes) de pesquisadores que queriam forçar seus dados empíricos a "provar" suas crenças a priori.
É no mínimo curioso que, em certos casos, a "incerteza" seja omitida por uma questão de "tornar a notícia mais interessante", e, em outros, pelo bias de interesses velados.
Acrescente a isso a recente contribuição do Rogério, que penetra os profundos meandros das motivações in e subconscientes, e a já antiga observação do Daniel sobre "apofenia" (na questão "ciência vs. religião").
E - para tornar tudo um caos geral - considere sobre a recente campanha da Associação Brasileira de Propaganda: "Toda a censura é burra", cujas terceiras intenções são evidentes (as segundas são óbvias...).
Eu fico com a posição magnificamente exposta pelo Mauro: há que ensinar, desde o início, que há o "errado", o "certo" e o "incerto".
O que me chamou atenção no seu texto Silvia, foi achar que quase não se publicam 'resultados preliminares'. Hoje existem algumas técnicas TÃO CARAS que os números de experimentos estão 'diminuindo'. E como as agências financiadoras estão cada vez mais diminuindo verbas e prazos, acabam (acabamos) publicando estudos preliminares.
Muito pouco desses estudos chegam ao grande público, mas somente entre os pesquisadores, eles já conseguem gerar grande incerteza.
Oi, Mauro!
Uma coisa é a leitura de artigos científicos e a discussão destes no meio acadêmico, outra bem diferente é a sua divulgação científica! É claro que a ciência, pricipalmente aquela voltada aos assuntos relacionados às áreas da saúde dependem de estudos preliminares (não só por causa de verbas, é bom que fique claro!).
Acontece que, no caso em questão, houve, no mínimo, um mau uso da informação contida no estudo preliminar, que, em mãos, digamos, "desatentas ou impróprias" tornou-se definitivo.
@ Sílvia e Mauro:
Eu queria enfatizar um ponto. No esforço de "popularizar" as ciências, diversos organismos (exemplos, e onde eu tiro diversas matérias para o meu Blog: Associação Americana de Física, com seu Physics News Update e Associação Americana para o Progresso da Ciência, com seu EurekAlert) são chegados a "dramatizar" suas manchetes.
Os cientistas têm pouca dificuldade em avaliar o que é um "resultado preliminar", mas o público leigo, não. Vocês, biólogos do "Roda" já me viram pedir "socorro", mais de uma vez, para alguns artigos cuja verdadeira significância, eu não sou capaz de avaliar.
E eu sou um mero "blogueiro"... Agora imaginem a situação de um jornalista, pressionado pelo seu editor para obter alguma coisa "digna de uma manchete"...
Oi, João!
Belo! Simples e certeiro... ;o))
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