19 setembro, 2007
"Porque nós cientistas queremos ter sempre razão?" Essa pergunta, feita por um amigo que é um grande cientista, apesar do contexto diferente (leiam no VQEB) me remeteu a discussão do mês no roda. Nós, cientistas, também fomos contaminados pela educação da dualidade, do certo e do errado. Também queremos sempre ter certeza de tudo. Também queremos ter sempre razão. O meu texto primeiro texto aqui no roda, discute muito a culpa dos outros, mas não a do próprio cientista, na comunicação da incerteza. Apesar de me policiar, vejo que muitos colegas são realmente frustrados pela incerteza e procuram a "explicação plausível", que sempre pode ser encontrada a posterióri, mas que nem sempre corresponde a realidade incerta. E, por vaidade, cometemos bem mais que um pecado capital
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Um comentário:
Allas, all human!... O incidente que você relata, me lembra de outra peça do folklore das ciências. Estava Thomas Edison demonstrando seu Fonógrafo nas Academia de Ciências da França, quando um dos Acadêmicos saltou de seu assento e começou a esganar Edison, pensando que, assim, "ia desmascarar o ventríloquo".
Todos temos nossos dias pouco inspirados... Você chama (e não erradamente) de "vaidade"; eu prefiro identificar um "hábito (ou vício) de ser ouvido". Longamente convencido de que suas opiniões são relevantes, um pesquisador consagrado acha que suas opiniões pessoais, acerca de qualquer assunto, têm que ser respeitadas.
E, quando confrontado com algo que, para si, não faz sentido claro, em lugar de tentar entender, acaba fazendo uma lamentável exibição de seus preconceitos. O seu colega deveria estar em um dia "daqueles", com os nervos à flor da pele, e se excedeu... Não devia, mas acontece...
Eu acredito que não existe exemplo melhor de pessoa que sempre perdia excelentes ocasiões de ficar calado, do que meu querido "Cavalheiro da Triste Figura", Sir Fred Hoyle.
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