18 abril, 2007

A produção primária da biosfera

As discussões sobre o aquecimento global e sobre o que se pode fazer para o mitigar, envolvem sempre aquilo que se chama recurso a energia limpa, muitas vezes com a estampa ecológica lá gravada. O que me incomoda nessas coisas é que em geral não se avança números, referem-se sempre uns estudos quaisquer mas sem muita substância. Encontrei no entanto um artigo recente que fornece alguns números interessantes que merecem alguma reflexão. Tem tudo a ver com um modelo de utilização de etanol tal como existe neste momento no Brasil. No fundo é uma pequena provocação da minha parte aos participantes brasileiros da Roda de Ciência. Vamos então aos números. [leia mais...]

4 comentários:

Maria Guimarães disse...

caio, que bom que você falou nisso. essa questão dos biocombustíveis não está sendo discutida com a seriedade que merece.
não me aprofundei sober a questão, mas até onde vi se somarmos os danos que monoculturas causam aos solos, a perda de áreas cultiváveis para alimentos, o desmatamento, os poluentes lançados pelos caminhões carregados de cana (sem falar no combustível que usam...), a poluição gerada pelo refinamento etc. etc., o álcool está muito longe de representar uma esperança contra aquecimento global.
como combustível alternativo acredito que seja importante, e polui menos do que os derivados de petróleo.
mas enquanto os governos exaltam biocombustíveis como a salvação do mundo, investe-se pouco em fontes de energia verdadeiramente limpas.

João Carlos disse...

Vou fazer coro com a Maria... O etanol tem um custo de emissão de CO2 que não pode ser medido apenas por seu emprego como combustível...

Aliás, qualquer um que tenha conhecimento do processo mais comum de colheita da cana, sabe que o primeiro passo é fazer uma queimada para se livrar das folhas cortantes...

Mas existem muitas outras fontes de combustível de origem vegetal (inclusive a reciclagem do óleo de cozinha!) que não necessitam de tanta área plantada, nem de tanto exaurimento do solo.

E sempre existe um fato inexorável: os combustíveis fósseis têm uma quantidade finita...

Caio de Gaia disse...

Quanto aos combustíveis fósseis, é tudo uma questão de preço, coisas que não eram aproveitáveis quando o petróleo estava abaixo dos 20 doláres são neste momento bastante rentáveis. Além disso, quando o petróleo e o carvão se esgotarem, restam ainda os clatratos, com reservas gigantescas de metano. A questão é mesmo o que fazer ao carbono. Se não encontrarmos forma de sequestrá-lo ter-se-á que recorrer a outra forma de obtenção de energia.

João Carlos disse...

Caio, o maior problema quanto aos combustíveis fósseis não é somente a seu uso como carburantes. Eles são extremamente necessários para a química fina. Queimar petróleo como combustível para veículos e para geração de energia elétrica é, simplesmente, estupidez.