30 dezembro, 2008

O que seria uma "novidade revolucionária"?...

Uma pergunta difícil… A Astronomia está, praticamente, redesenhando o “Universo Conhecível” e ele parece ser muito mais estranho e “populoso” do que se pensava. Até anteontem a Relatividade Geral tinha as soluções para o comportamento das galáxias, suas estrelas e seus planetas… De repente (bom… não foi tão “de repente”, assim…), se chega à conclusão de que não está faltando só a tal “matéria escura”: mais da metade do universo deve ser constituído de algo mais misterioso ainda — a tal “energia escura”.

Enquanto isso, aqui na Terra, o LHC foi um fiasco comparável à passagem do Cometa de Halley… “O maior instrumento científico jamais construído” (e isso me lembra o quase-fiasco do Telescópio Hubble) pifou, ainda na fase de preparação…

No campo da nanotecnologia as coisas vão a pleno vapor. O Carbeno parece ser o meta-material dos sonhos dos nano-engenheiros. Quando (e se) puder ser fabricado em escala industrial, o leque de aplicações parece ser quase ilimitado. Já os computadores quânticos continuam na fase do “sonho meu”… A spintrônica parece ainda confinada aos ambientes banhados em hélio líquido.

Na área da biologia, os segredos contidos nos genes vão caindo, um a um, e a evolução da vida na Terra cada vez mais faz sentido (particularmente apropriado no ano em que se comemora o bicentenário do nascimento de Darwin — embora o fundamentalismo religioso continue insistindo em exercitar seu jus esperneandi).

E a melhor notícia parece estar vindo da maior potência mundial: a equipe científica escolhida pelo futuro presidente americano é composta por Cientistas (com direito ao “C” maiúsculo). E é aí que eu vou dar um polimento na minha bola de cristal e proferir um vaticínio sobre onde eu espero que a ciência apresente algo realmente revolucionário…

Continue lendo aqui.

18 dezembro, 2008

Novidade revolucionária?




Hummm, o tema deste mês de dezembro lembra aquelas bolas de cristal de final de ano. Não sei se vou ter um desempenho superior ao de astrólogos e jogadores de búzios mas aqui vai...



No curto prazo: Descoberta de micróbios no sistema solar e/ou atmosferas com oxigênio em planetas extra-solares (evidência de vida). Ver Astrobiologia. Tais descobertas irão revolucionar a Biologia.



No médio prazo: As teorias de Multiverso serão testadas de forma indireta, algumas serão descartadas (o que significa que Multiverso é uma idéia científica). A idéia de Multiverso se tornará consensual na comunidade de Cosmologia. Essas idéias revolucionam a própria epistemologia da Física.

04 dezembro, 2008

Novo tema para discussão:

Salve, Pessoal!

Fica valendo para o próximo mês a sugestão da Maria:

“Em que ramo das ciências você acredita que vai surgir uma novidade revolucionária, em breve?”


16 novembro, 2008

Para quem não conhece bem Ficção Científica

Meu "vizinho" de Lablogratórios, o "Idéias Cretinas" publicou uns links ótimos para Ficção Científica nacional (é on-line e é "de grátis"...) Procure aqui.

09 novembro, 2008

O Presidente Negro (na Ficção Científica)


"Nada revela mais sobre uma época do que sua visão do futuro" (não lembro quem disse isso).

Como o tema da Roda da Ciência ainda é sobre Ficção Científica e Divulgação Científica, vou fazer mais um post sobre o tema, aproveitando a coincidência entre a eleição de Barak Obama e o tema do único romance (por sinal, de FC) de Monteiro Lobato.

Eu quase não leio ficção científica atual, meu autor mais recente é Philip K. Dick. Mas gosto de colecionar FC antiga, justamente para conhecer as utopias e distopias de cada época, e perceber a incrível limitação da imaginação humana.

O livro de Monteiro Lobato deve ser lido pois revela uma época de relativismo cultural (anos 1900-30). Eistein ficou pop por causa do termo "Relatividade" em sua teoria. Se a mesma fosse chamada de "Teoria da Invariância" (como seria adequado) seu apelo popular não seria tão grande. As teses relativistas de Monteiro Lobato (na verdade não dele, mas de sua época) são: (ver aqui)

01 novembro, 2008

O segredo de Atlântida

Ficção científica não é a minha praia - aliás, após escrever essa frase paro, respiro fundo e pasmo no mar azul marinho, estou no litoral, também mereço! Mesmo assim, óbvio que adoro ciência, suas invenções, descobertas, filosofias, discussões e algumas das histórias mirabolantes. Principalmente, aquelas com certa ideologia como “1984″ e “Admirável Mundo Novo” - geniais.

Recentemente, fiquei incumbida de uma missão quase impossível. Descobrir a “verdade” sobre o mito de Atlântida. A ilha da fantasia existiu? Então, onde estariam suas ruínas? Matutei… E parti para a pesquisa. O que achei de obras esotéricas sobre o tema não está escrito. Mas eu queria algo o mais científico possível. Daí, conversei com oceanógrafos. Até eles disseram: “Que difícil”!

Leia a continuação no Xis-xis, aqui.

31 outubro, 2008

O jogo foi para a prorrogação...

Bem... O tema é bom, os blogueiros andam muito ocupados com suas profissões principais e — o mais importante — muitos leitores comentaram e pediram por mais discussão.

Então o tema prossegue, até que as reclamações pela permanência sejam mais numerosas do que as de falta de posts sobre o assunto.

29 outubro, 2008

Ciência é ficção?

Como na verdade sou uma ignorante em ficção científica, optei por deturpar o tema. Mas não foi de propósito não, estava tentando descobrir o que poderia dizer e de repente ouvi uma entrevista sobre a ópera "Doctor Atomic" que me fez pensar: sem ficção - sem sonho, sem criatividade - não há ciência.

Leia mais no ciência e idéias

22 outubro, 2008

A Associação Americana de Física e a Ficção Científica

Eu juro que não “encomendei” essa matéria... A AIP, apenas por uma daquelas coincidências, publicou um dos seus boletins "Inside Science News Service" falando do assunto. Bem a propósito...

(Leia a matéria aqui e discuta aqui ou no "Chi vó, non pó"... Os Boletins ISNS são regularmente traduzidos para aquele Blog).

Ficção Científica e Divulgação Científica

Três dias antes de meu 7º aniversário uma notícia espantosa correu o mundo: a União Soviética tinha colocado um satélite artificial em órbita!… Em um mundo ainda sob os efeitos da perplexidade das armas atômicas e dos horrores da 2ª Guerra Mundial (e da recente Guerra da Coréia), havia um campo fértil para as lendas sobre “Discos Voadores” (o Projeto “Blue Book” estava, ainda, a plena carga) e começavam a surgir, na esteira de previsões sombrias de “1984″, os temores de que os “Cérebros Eletrônicos” (a versão em “estado-da-arte” do monstro de Frankenstein) pudessem “dominar o mundo” (embora não esclarecessem bem para que uma máquina “inteligente” iria se preocupar em dominar um mundo habitado por uma espécie tão idiota a ponto de deixar de instalar um interruptor “liga/desliga” em algo tão perigoso…)

Como os editores portugueses ainda tinham preferência e exclusividade na obtenção de “direitos de tradução para a lingua portuguesa”, o jeito que eu arrumei foi aprender a ler na lígua da família de minha mãe e tentar saber mais sobre os “Oceanos de Vênus” e a “Moribunda Civilização de Marte”…

Ainda era a época em que o Projeto “Bluebook” andava a pleno vapor e os “cinemas-poeiras” exibiam “trashes” como “Plan 9 from outer space”…

É de espantar que a Ficção Científica tenha tido uma influência tão grande na minha vida?…

(continue lendo aqui)

10 outubro, 2008

Ficção Científica e Divulgação Científica: primeiras questões


OK, OK, acho que este será apenas o primeiro de alguns posts para este mês: é que o assunto é bastante extenso e complexo, ou talvez eu tenha a presunção de entender algo sobre isso, ao contrário de temas tais como mudança climática, crescimento populacional etc.

Neste post jogarei algumas perguntas para a Roda, a fim de conhecer melhor a opinião de vocês:

  1. Vocês acham que a Ficção Científica (FC) literária pode ser um facilitador para a Divulgação Científica (DC) ? Ou seja, o adolescente começa com Star Treck e acaba lendo Stephen Hawking?
  2. Existe algum tipo de correlação entre gostar de FC e escolha de carreira científica?
  3. A FC contribui para uma representação social positiva do cientista e da ciência, ou uma representação negativa?
  4. Certas mídias desenvolvidas na FC (por exemplo, HQ, games) poderiam ser adotados também como midia para DC?
  5. Seria possível e/ou interessante uma maior aproximação entre os divulgadores de ciência e o fandom de FC no Brasil?
Bom, é isso, aguardo os comentários. Em um próximo post colocarei alguns pensamentos sobre estas questões.

Foto: His Master's Voice (original Polish title: Głos pana) is a science fiction novel written by Stanisław Lem, first published in 1968. It was translated into English by Michael Kandel in 1983. It is a densely philosophical novel about an effort by scientists to decode, translate and understand an extraterrestrial transmission. The novel critically approaches humanity's intelligence and intentions in deciphering and truly comprehending a message from outer space. It is considered to be one of three most known books by Lem, the other two being Solaris and The Cyberiad.[1]

08 outubro, 2008

Uma possível jornada nas estrelas

Aproveitando o tema desse mês da Roda da Ciência, gostaria de indicar um artigo meu sobre a possibilidade de viajar em grandes distâncias no espaço utilizando um recurso apresentado na série Star Trek, já nos anos 60
Vejam o texto neste link

05 outubro, 2008

Novo tema para discussão: Relação entre Ficção Científica e Divulgação Científica.

Como hoje existem outras votações bem mais importantes para a gente se preocupar e considerando o “chocolate” que foi esta votação, eu encerrei a enquete antes da hora. Os resultados até agora eram:

O que falta para o Brasil, finalmente, se desenvolver? 7 (20%)

Relação entre Ficção Científica e Divulgação Científica. 21 (61%)

Roamntismo filosófico e movimentos anti-científicos. 6 (17%)

Até quando o Brasil será “O país do Futuro”? 4 (11%)


Um total de 38 votos, com uma nítida e irrecuperável vantagem para os maníacos entusiastas por Ficção Científica. Assim, antes que o Osame dê a luz a um porco-espinho (apresentação pélvica) fica devidamente e oficialmente escolhido o novo tema.


01 outubro, 2008

Novo tema para a discussão do próximo mês.

Salve, Pessoal!

Já está no ar, aí na barra lateral, a enquete para definição do próximo tema de discussão.

Por favor, divulguem em seus Blogs e conclamem os leitores a votar. Por falar em votação, esta encerra no mesmo dia das eleições: 5 de outubro.

(Obrigado pelo aviso Charles!...) Na enquete na barra lateral, leia-se "Romantismo" e não "Roamtismo". A simpática interface do Blogger diz que não se pode editar o "widget" porque alguém já votou... Peço desculpas pelo erro de digitação.

24 setembro, 2008

C&T, Cultura Científica e Tecnocultura




OK, OK, o mês está quase acabando, então vamos lá com este post, que fiquei adiando. É que eu detesto discutir Ciência e Tecnologia (C&T), porque o principal ataque dos românticos, anticientistas e outros criptonazistas à Ciência universalista "liberal-judaico-cristã" se dá justamente via a crítica da Tecnociência, do laço indissolúvel entre ciência, tecnologia e controle (estupro) da Mãe Natureza, e por aí vai...

E o cientista ingênuo (ou espertalhão), querendo mais financiamento das agências de fomento, fica enfatizando na mídia as potênciais aplicações das ciências no desenvolvimento tecnológico e ecônomico (ou seja, na contramão das críticas ao desenvolvimentismo anti-ecológico). Espertalhão porque ele sabe que existe um LONGO caminho entre uma idéia científica, uma aplicação, um protótipo que funcione, uma patente, um processo de P&D, e a final comercialização. E, é claro, que essa comercialização, se houver, se dará, principalmente por que no meio do caminho o cientista e sua Universidade venderam a patente para alguma multinacional... Ou seja, retorno claro, volumoso, para a sociedade que financiou a pesquisa, neca das pitibiribas...

Continue lendo aqui no SEMCIÊNCIA.

Tecnologia versus ciência

Não contava adotar esse enfoque, mas uma queixa recorrente no congresso da Sociedade Brasileira de Genética, na semana passada, merece atenção: com toda a tecnologia disponível para a ciência, os cientistas deixaram de pensar. Despejar dados dentro de máquinas sem saber por que e sem saber interpretar o que elas cospem dá origem a erros e descaminhos científicos. Quem diria, a tecnologia atrapalha a ciência.

Leia mais no ciência e idéias.

22 setembro, 2008

Vale a pena somente investir nos grandes?

Alguns dias atrás postei no Por Dentro da Ciência um comentário sobre o artigo do Prof. Rogério Cerqueria Leite sobre a questão dos investimentos em C&T no Brasil.
Como o tema do mês da Roda da Ciência tem haver com isso, estou disponibilizando também aqui.

"Gostaria de comentar um artigo que foi publicado hoje na seção "Tendências e Debates" da Folha de S.Paulo hoje, 15/09/2008, no qual o Prof. César Cerqueira Leite faz uma interessante comparação entre os desenvolvimentos tecnológicos da cerâmica que houve por volta do ano de 960-1270 d.C., da bomba atômica durante o projeto Manhattan, durante a Segunda Guerra Mundial e a indústria de semicondutores no Vale do Silício, a partir dos anos 70, na Califórnia - EUA."

para continuar lendo, clique aqui

20 setembro, 2008

Ciência e Tecnologia (e O "Lado Negro da Força")

O tema do mês parece meio bombástico… Em primeiro lugar, sugere que existe um fosso separando a Tecnologia da Ciência, o que, nos dias atuais, é absurdo. Em segundo porque traz em seu bojo a oportunidade de discutir “ramos da pesquisa com potencial perigo social”. Ora, “perigos potenciais” qualquer receita de bolo apresenta, se você considerar a possibilidade de usar o sabor do bolo para mascarar um veneno…

A relação entre Ciência e Tecnologia me parece bem simples: desde que a espécie humana passou a fazer uso de instrumentos, a Ciência vem correndo atrás da tecnologia para explicar por que as coisas que funcionam, funcionam…



(Continue lendo aqui)

19 setembro, 2008

Ciência responsável é conservadora?

Discussões a respeito de avanços tecnológicos sempre tendem a polarização: alguns defendendo as descobertas e novidades científicas e outros contrários a elas. Essa dicotomia é desnecessária e inocente. É uma interpretação por demais limitada da história da ciência.

Há um belo livro póstumo do astrônomo e divulgador da ciência Carl Sagan (uma referência constante aqui nesse blog) intitulado The Varieties of Scientific Experience, de 2006, que reúne uma série de palestras sobre o pensamento científico e os motivos que fazem dele a melhor ferramenta disponível para explicar a realidade. No entanto, como o próprio Sagan considera em muitos trechos (e isso se repete em outros de seus livros, por exemplo, no Bilhões e Bilhões), aos cientistas cabe também vislumbrar as conseqüências do que fazem e à população restante cobrar por explicações. Isso não é conservadorismo ou romantismo exacerbado - é apenas uma postura responsável.

Leia a continuação desse texto no blog "Um longo argumento".

13 setembro, 2008

Faça-se a luz: divagações sobre C & T

Como a maioria sabe, a tsunami que atingiu os continentes asiático e africano no final de 2004 teve seu epicentro em uma distúrbio sísmico no meio do Oceano Índico, que deslocou enormes quantidades de água e culminou na formação da onda gigantesca que arrasou os litorais que a receberam. Apesar de todo desenvolvimento científico e tecnológico, não havia como impedir o fato, assim como não temos nenhuma possibilidade de diminuir o período de rotação da Terra e esticar o dia em mais algumas horas. Mesmo reconhecendo a implacabilidade de um evento geológico de tamanha intensidade, a tragédia humana não era inevitável. A falta de perspectiva científica dos governantes e autoridades locais, unida à ausência de assessoria técnica adequada e ao pouco (ou nenhum) investimento no desenvolvimento tecnológico, contribuiu de forma decisiva para o desastre anunciado, levando à perda de milhares de vidas humanas. Nada leva a crer, no entanto, que casos semelhantes não voltarão a acontecer em um futuro próximo.

A ciência bem utilizada teria o poder de transformar o ocorrido. Esperar apenas que o profeta aponte os caminhos e garanta a salvação é um comportamento, no mínimo, ingênuo e, sobretudo, perigoso.

A recente passagem de furacões de grande intensidade pelo litoral caribenho e sul dos Estados Unidos também mostra como a ciência bem aplicada e levada a sério, com investimentos maciços em tecnologia e informação, pode ser o diferencial entre o bem estar e a morte para a nossa espécie.

Leia a continuação desse texto no blog "Um longo argumento".

12 setembro, 2008

Peleja entre los hermanos

Bolívia e o gás

Ia escrever sobre o gás que importamos da Bolívia, mas essa história é um pé no saco. Vou colocar apenas algumas notas. Publiquei uma matéria em 2006, leia aqui, que continua muito atual. "Eventualmente, em uma remota situação de corte do suprimento de gás, alguns consumidores terão problema momentâneo de adaptar-se para outro energético, mas tudo se superará em menos de seis meses", disse, na época, um representante da Petrobrás.

Continue lendo aqui!

08 setembro, 2008

Novo tema: "Relação Entre Ciência e Tecnologia"

Salve, Pessoal!

(Votação recorde!) Resultados:

  • Crescimento populacional, causas e efeitos 5 votos
  • Relação entre ciência e tecnologia 8 votos
  • Avaliação das revistas científicas em português 7 votos
  • Biosfera/Energias Alternativas/Crise Mundial de Alimentos 5 votos
  • Quais linhas de pesquisa são potencialmente perigosas em termos sociais? 8 votos

Devido ao empate, me cabe o "Voto de Minerva", no qual pretendo ser "Salomônico"... Fica decidido em favor de "Relação entre ciência e tecnologia", porque permite que se aborde, mesmo que de passagem, a questão sobre a potencial periculosidade social de certas linhas de pesquisa científico/tecnológicas.

02 setembro, 2008

Novo tema para setembro/outubro:

Salve, Pessoal!

Aí na barra lateral está a enquete para o novo tema para o próximo mês. Alguns temas propostos foram mesclados a outros que levavam, na prática, às mesmas discussões.

Peço, novamente, a todos que ponham um link nos seus próprios blogues, chamando os leitores a votarem também.

Vamos girar a Roda!

24 agosto, 2008

Post a convite: Descrecimento Sustentável

Quem sabe teremos um novo participante?... Rafael Reinher (de "O Pensador Selvagem") publicou um post sobre nosso tema atual.

Desde bem cedo, ainda não havia entrado em uma faculdade de Medicina tampouco tinha ainda cursado Filosofia nem Ciências Sociais, sempre tive uma curiosa aversão à idéia de que crescimento significava explorar mais, produzir mais, construir mais estradas e edifícios e consumir mais. Para um jovem adolescente, a idéia de que quanto mais rápido explorássemos o meio-ambiente mais rápido ele se extingüiria pode ser assustadora. Razões mais imediatas, como paquerar, escutar música e um concurso vestibular que se aproxima afastam um pouco o horror daquele pensamento. Recentemente, entretanto, o Roda de Ciência trouxe o tema à tona e não consegui deixar de voltar a refletir mais profundamente sobre ele.

(Continue lendo aqui)


O convite já foi feito...

23 agosto, 2008

Post de Convidado: O Planeta pede um copo d'água

A pedido do Osame, Ricardo Reale enviou um post (trasncrito abaixo) para contribuir com a discussão do tema atual.

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O planeta pede um copo d'água

Escrever um texto é sempre gratificante, principalmente quando ele parte de uma pergunta, que nós desejamos responder. O blog Roda da Ciência me propôs um desafio. Responder em um texto se o desenvolvimento sustentável é possível. A maneira mais simples de responder a esta pergunta é com um sim ou um não, seguidos de uma explicação, entretanto o problema não é tão trivial... A melhor resposta que encontrei procurando responder-me se o desenvolvimento sustentável é possível foi, pasmem, outra pergunta. Nós queremos realmente o desenvolvimento sustentável? Antes de falar sobre isso voltemos ao sim ou não..

A primeira resposta que dou ao leitor é sim. A sociedade sustentável é possível. É uma utopia - a nova utopia diga-se de passagem, mas alcançável. Uma nova consciência está se formando, novas tecnologias limpas ganham terreno a cada dia e todos concordam que uma biosfera saudável é a grande meta civilizatória da sociedade mundial. É, portanto, uma questão de tempo até atingirmos essa condição.

A segunda resposta é não. Não porque a sociedade ainda está baseada no petróleo e na produção em série. É impossível construir uma civilização sustentável em uma natureza orgânica (biosfera) produzindo em série. Isso porque ao se produzir em série é preciso que se consuma em série, e ambos, consumo e produção em larga escala devastam a natureza de forma exponencial. A história dos últimos séculos é a prova cabal do que estou dizendo.

A pergunta que eu encontrei como resposta para indagação "O desenvolvimento sustentável é possível?", foi "Nós queremos realmente o desenvolvimento sustentável?". É direta e vai mexer na ferida do problema. Será que os bancos que fazem propagandas sobre a sustentabilidade querem que se consuma menos? Porque é uma infantilidade intelectual dizer que desenvolvimento (diga-se crescimento econômico de produtos materiais) pode combinar com desenvolvimento sustentável. Será que a elite econômica, industrial, comercial, midiática não percebe que hoje o discurso ambiental é uma grande hipocrisia? Por exemplo, um publicitário que faz uma campanha verde para uma indústria química e viaja 1.000km de avião toda semana para fazer uma reunião com a diretoria comercial da dita empresa. Ora, viajar de avião para conversar a 1000km de distância não é nada ambiental. Menos ainda fabricar detergentes, sabão em pó... Não quero só atirar pedras, até porque eu compro detergente e sabão em pó, mas me sinto um verme quando não tenho opção de um produto biodegradável que eu possa comprar. Faltam leis. Leis que contrariem a curto prazo os interesses políticos e econômicos.

Você já parou para pensar o quanto é absurdo tomar um copo de água descartável? Para quatro goles de água que vem de fontes de longe, quanto plástico, alumínio, energia, CO2... Claro que é possível viver uma vida frugal, simples, em contato com a natureza, cultivando a terra, sem carro, trabalhando com atividades de baixo impacto ambiental, enfim, uma eco-vila, futurista e ligada à Internet... Isso é possível, mas será que é isso que o povo quer?

Ricardo Raele

Para ler meu blog:www.ricardoraele.blogspot.com

17 agosto, 2008

Desenvolvimento sustentável: controle populacional…!

O tema desse mês para o Roda é “Desenvolvimento sustentável: é realmente possível?“, que é um “tema pegadinha”, uma vez que é necessário se abordar, nessa discussão, temas como fontes alternativas de energia, crise de alimentos, mudanças climáticas, etc…

Continue lendo Desenvolvimento sustentável: controle populacional…!

Por favor, deixe seus comentários aqui no Roda.

14 agosto, 2008

Desenvolvimento sustentável. Como assim?

Você já parou para pensar de verdade nessa história de desenvolvimento sustentável? Tem idéia do que é e do que você pode fazer para ajudar nessa empreitada?

Segundo a WWF-Brasil,

"A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental."

Harmonizar desenvolvimento econômico e conservação ambiental não é nada fácil. Já estamos acostumados com toda a mordomia que o desenvolvimento científico e econômico concedeu ao nosso dia-a-dia: luz elétrica, água na torneira à vontade, tudo o que se pôde e ainda se pode inventar utilizando os polímeros, todo tipo de papel para todo tipo de necessidade, etc. Impossível enumerar tudo o que já estamos acostumados a usar, que não imaginamos ficar sem e que, de alguma forma, da forma como é feita hoje, contribui para a degradação do ambiente em que vivemos. Aí surge essa conversa de desenvolvimento sustentável, essa história de que temos que repensar a forma como a nossa mordomia vai nos destruir!

Continue lendo aqui.

13 agosto, 2008

Sobre desenvolvimento sustentável

Sabem aquela história de um termo que a gente ouve tanto falar que nem pensa em saber o que quer exatamente dizer?... Para mim, "desenvolvimento sustentável" era um caso desses... E, é claro, eu corri à WikiPedia...(continue lendo aqui).

Sustentar o Desenvolvimento ou Desenvolvimento Sustentável?


Acho que neste tema existem duas acepções que deveriam ser distinguidas:
  1. Desenvolvimento Sustentável (DS1): um processo de desenvolvimento que se baseia em recursos renováveis (biocombustíveis, energia solar, energia hidroelétrica, fusão nuclear etc), de modo que o desenvolvimento pode se manter, mesmo que isso acarrete degradação do ambiente (por exemplo, com extinção de florestas tropicais). Aqui, quem se sustenta é o desenvolvimento.
  2. Desenvolvimento Sustentável (DS2): um processo de desenvolvimento que inclua a idéia de sustentabilidade do ambiente, ou seja, um processo onde a Tecnosfera entre em simbiose (mutualismo, para meus amigos biólogos) com a Biosfera para benefício mútuo. Aqui, quem se sustenta são tanto o ambiente humano como o natural.
    Cuidado que muitos políticos e economistas estão preocupados apenas com o DS1, ou seja, preocupações ecológicas só entram na medida que possam comprometer o desenvolvimento econômico.

Agora, precisamos discutir a idéia de desenvolvimento. Esqueçamos utopias de comunidades "em equilíbrio com a Natureza": uma rápida visita à São Tomé das Letras mostra o que quero dizer (examinem as crianças de lá, não os pais). Todo processo em equilíbrio equivale à morte, a vida é um processo fora do equilíbrio. Continue a ler aqui.

O meio ambiente é um GRANDE negócio

Um produto deveria ter qualidade, marca conhecida e ser barato. A ordem era essa. Agora, também precisa ser “ecologicamente correto”. As empresas que ainda não perceberam a nova característica e valor agregados, a cada dia serão mais “excluídas” do mercado consumidor. E não é apenas uma fase não. Depois, não diga que não avisei…
A leitura continua aqui.

Sustentabilidade está NA MODA

Literalmente. Estava conversando com o João Braga, aquele professor foférrimo de história da moda - leia aqui uma materinha na revista Época. Ele foi lacônico: “Se é moda, tem que ser passageira”. Também, disse que esse pessoal que diz que “essa moda veio para ficar” está, completamente, errado. E agora, a moda do início dos anos 2000 e pouco é ser sustentável.

Continue a leitura aqui.

Desenvolvimento sustentável NÃO existe

Durante a reunião do Comitê Gestor da Rede de Pesquisas em Carvão Mineral, Guilherme Henrique Pereira, secretário e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (Setec/MCT), disse que o crescimento do setor de carvão mineral deve observar a sustentabilidade. “É preciso conservar a natureza, ser socialmente adequado e economicamente eficaz”, afirmou em Brasília. Não se prendendo apenas a essa questão do carvão…

Continue lendo aqui.

10 agosto, 2008

Novo tema de dicussão para o Roda de Ciência

Salve, Pessoal!

Tenho o prazer de informar que o resultado de nossa enquete para o novo tema para Agosto/Setembro, foi o seguinte:

Votantes: 24 (lembrem-se: é possível votar em mais de um tema...)

  • Conservação da biosfera: estética ou sobrevivência? (4 votos)
  • Grandes novas idéias e descobertas (5 votos)
  • Fontes alternativas de energia (4 votos)
  • Crise mundial de alimentos vs. biocombustíveis (6 votos)
  • Desenvolvimento sustentável: é realmente possível? (10 votos)


O novo tema (que já aparece no marcador deste post), já foi abordado pela nossa recém-chegada Isis, em seu ótimo post Desenvolvimento sustentável não existe (e “sobra” para ela tentar aprofundar mais ainda o assunto, depois de um post tão bom... :D )

Eu confesso que a divisão dos temas foi meio uma “pegadinha”... Não há como você falar de "Desenvolvimento Sustentável", sem abordar, mesmo que marginalmente, a "Conservação da Biosfera", "Grandes novas idéias e descobertas", "Fontes Alternativas de Energia" e a bendita "Crise Mundial de Alimentos". Os temas são muito interrelacionados.

Está no ar o novo tema que, dependendo do "rendimento", vai permanecer, pelo menos, até o meio de setembro (pode ser até prorrogado).

Vamos lá, gente! Desencavem aqueles artigos que vocês guardaram para referências futuras, e publiquem suas opiniões: Desenvolvimento Sustentável: é possível?

06 agosto, 2008

Novo tema para agosto/setembro:

Salve, Pessoal!

Me antecipei um pouco e estou botando, desde já, o novo tema para agosto / setembro em votação. Minha intenção é encerrar a enquete às 12:00h (de Brasília) no próximo domingo 10 de agosto. (A idéia é "encurtar" os prazos, para voltar a fazer os temas coincidirem com o calendário).

Vou pedir a todos os participantes um favor: publiquem em seus Blogs uma notícia sobre esta enquete (ponham o link para o "Roda de Ciência" nele) e convidem seus leitores a votarem também.

Os leitores ocasionais do "Roda de Ciência" que não são contribuintes, também podem (e devem) votar: vocês são a razão de ser deste Blog; isto aqui não é um Grupo de Discussão Fechado. E também podem (e devem) sugerir temas que gostariam de ver discutidos (usem os "comentários" a este post para registrarem seus pedidos - o Blog aceita comentários "anônimos", se você for tímido a esse ponto...)

Então, estão valendo para a votação para o próximo tema, as seguintes opções:

  • Conservação da biosfera: estética ou sobrevivência?
  • Grandes novas idéias e descobertas
  • Fontes alternativas de energia
  • Crise mundial de alimentos vs. biocombustíveis
  • Desenvolvimento sustentável: é realmente possível?

By the way: em breve, teremos um novo contribuinte. O "Blogue do Roque", do Antônio Roque. Logo que ele informar qual o email para o convite formal, os links vão aparecer na barra lateral.

Vamos lá pessoal! Votem!


04 agosto, 2008

O blog no ENEQ de 2008

Olá, pessoal! Acho que sou a mais nova integrante deste grupo!

Meu primeiro post é sobre uma palestra que o prof. Attico Chassot proferiu no Encontro Nacional do Ensino de Química deste ano. O título da apresentação foi "Do livro ao blogue: fazendo alfabetização científica" e nela o professor apresentou vários blogs e sites de Química, enfatizando sobre a necessidade de valorização deste espaço como possibilidade de se fazer educação científica em espaços não formais.

Foi com muita satisfação que recebi o pedido do professor Attico Chassot para que lhe enviasse informações sobre o blog Ensino de Química, pois iria fazer uma apresentação no XIV Encontro Nacional de Ensino de Química, de 21 a 24 de julho de 2008. Para quem não conhece, Chassot é um dos maiores nomes na área de Ensino de Ciências no Brasil (leia a entrevista que fiz com ele aqui) e sempre está presente nos eventos da área, dando valiosas contribuições e encantando a todos com seu jeito firme e irreverente de palestrar.

Leia o texto completo no blog Ensino de Química.

02 agosto, 2008

Tradução do Artigo do Wilkins

Agradecendo a inestimável colaboração da Maria e da Sílvia que fizeram uma extensa "better-revison" do texto e corrigiram uma série de bobagens que eu escrevi, finalmente eu publiquei a tradução do artigo do John S. Wilkins, “Os papéis, razões e restrições dos Blogs de Ciências”

Devidamente obtida, pelo próprio autor, a autorização necessária, a tradução foi novamente publicada (e vai ficar só no endereço antigo do "Chi vó, non pó"). Portanto, leia mais aqui.



31 julho, 2008

Último minuto: blogosfera científica no Brasil

O João Carlos gentilmente deixou a porta entreaberta, eu fingi que não era comigo mas não resisti e resolvi entrar na Roda!

O tema da Roda de Ciência deste mês que fecha em algumas horas me interessa muito. Nos últimos meses tenho lido quase todos os blogs de Ciências da língua portuguesa (com ênfase no Brasil). Um trabalho facilitado pela boa iniciativa do Prof. Osame: o Anel de Blogs Científicos.

O que mais me agrada nos blogs de Ciências brasileiros é a sua diversidade: há professores, jornalistas, cientistas blogando e também há muitos entusiastas da Ciência cujas carreiras não exigem treinamento científico (apesar de sempre ajudar). O que menos me agrada é o seu tamanho, não porque eu acho que sejam poucos os blogs, mas é que eu quero mais!

Leia o resto no Brontossauros.

30 julho, 2008

Sobre blogs de ciências

Tudo o que tem a fazer é escrever uma frase verdadeira. Escreva a frase mais verdadeira que souber (...) Se começasse a escrever rebuscadamente, ou como se estivesse defendendo ou apresentando alguma coisa, achava logo que podia cortar esses floreados ou ornamentos, jogá-los fora e começar com a primeira proposição afirmativa verdadeira e simples que tivesse escrito".
Ernest Hemingway, A moveable feast (Paris é uma festa), p. 29

O filósofo John Wilkins, no seu artigo The roles, reasons and restrictions of science blogs, publicado na edição de agosto da Trends in Ecology and Evolution, define um blog como "fundamentalmente uma página da web atualizada constantemente, com entradas ('postagens') que têm uma data, tempo e, se muitos autores contribuírem para o blog, selos com autor e nome". Para ele, um das razões flagrantes para a existência de blogs é a comunicação científica. Além disso, essa também é uma forma de desmistificar a ciência e de fazer frente a perspectivas contrárias, presentes no discurso público (e.g., anti-evolucionistas), àquelas científicas. Ainda segundo Wilkins, um blog que representa uma comunidade científica ou subdisciplina irá ele mesmo se transformar em uma comunidade.

Leia a continuação desse texto no blog "Um longo argumento"

Incrível: a blogosfera científica em português

Faltando um dia para acabar o mês... Bola para frente! Na última edição do jornal universitário, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), publicou uma matéria sobre os blogs científicos. Ela resume o que há on-line no Brasil e porque as pessoas blogam. Coloquei um grande trecho no meu blog – veja aqui. O link para a matéria inteira está aqui – em pdf, paciência, demora um pouquinho para carregar.

Justamente esta semana, estava discutindo com uma conhecida o tema. Ela pensa em fazer um blog científico, mas queria saber mais sobre o que existe no Brasil. Infelizmente, com exceção de alguns sites como este e que estão por vir, a blogosfera científica é dispersa.
Como a maioria dos blogs científicos, o intuito dessa pessoa é divulgar o conhecimento para o público leigo.

Uma tarefa dificílima. Primeiro, em um país onde a educação é precária, como passar o que está sendo pesquisado para uma pessoa que não entende os conceitos básicos? Onde as pessoas não reclamam por essa educação a que tem direito, como mostrar a importância da ciência na vida de todos? Por fim, em um país onde, praticamente, 40% das pessoas não possuem saneamento básico, como focar a atenção delas para esse tema?

Sem contar o preconceito que existe. Muitos que possuem acesso à internet acham a ciência chata e inteligível. Não conseguem perceber que, ela está no dia-a-dia, dela depende os avanços tecnológicos e influencia diretamente na nossa atual e futura qualidade de vida. Engraçado como o país, até nisso, possui zilhões de realidades. Uma ciência tão avançada e quem não entende lhufas. Deve ser culpa do jeitinho brasileiro.

Enumerei algumas vantagens e alguns dados relacionados aos blogs científicos para refletirmos:

  • O número de internautas residenciais no Brasil em fevereiro era de 22 milhões de pessoas, um aumento de 56,7% em relação ao mesmo mês de 2007;
  • O Brasil é o país onde os usuários passam mais tempo navegando;
  • Os jovens não se informam como antigamente, por meio dos jornais impressos. Eles buscam as mídias eletrônicas. Clichê ou não, eles serão o nosso futuro. Espero que os blogs ajudem a eles darem continuidade e valorizarem a ciência;
  • Por meio do blog divulgo o que é produzido nas universidades. Dou prioridade para as instituições brasileiras. Muita coisa bacana é feita no Brasil, mas a população não consegue ter acesso;
  • Nossos pesquisadores científicos não são valorizados como deveriam. O blog é uma maneira de apóia-los;
  • Para o pesquisador, escrever um blog é uma maneira de divulgar o seu trabalho. Também, de trocar idéias, realizar novos contatos, novas pesquisas e até conseguir parcerias para projetos. Além disso, de desmistificar sua profissão;
  • Com exceções, os meios de comunicação não possuem muito espaço para a ciência. Por isso, publicam apenas notícias extremamente relevantes e, muitas vezes, sem contextualização. Os blogs suprem a necessidade de entender sobre o que está sendo publicado na mídia "convencional";
  • A pessoa interessada chega à fonte da notícia por meio dos links. Entrar, mesmo, em contato com os pesquisadores. O que pode ser conveniente para ambos.

Claro que o assunto é extenso, mas, com este post, espero fornecer novas maneiras de ver os blogs sobre ciência do Brasil. Há 10 anos atrás, praticamente, inexistiam blogs tupiniquins sobre o tema. Só o fato de discutirmos uma “comunidade blogueira científica brasileira” já é um grande passo. Como diz aquela propaganda inspiradora: “keep walking”.

28 julho, 2008

Off-topic: Sejam bem vindos

Anúncio "off-topic".

Em nome de todos os participantes do "Roda de Ciência", quero dar as boas-vindas aos novos contribuíntes:

Isis Nóbile Diniz e seu "Xis-xis";

Isabella Bertelli e seu "Cientifica Mente"; e

Charles Morphy e seu "Um longo argumento".

Ainda é tempo de darem sua contribuição ao tema deste mês...

24 julho, 2008

pequeno comentário sobre blog científico em português

Deixo aqui uma chamada para um comentário que fiz sobre o "post" Deveríamos educar com blog de ciência? do blog científico Brontossauros em meu jardim, como contribuição do ViaGene ao tema do mês do Roda de Ciência.
ana claudia

21 julho, 2008

Artigo novo sobre blogs científicos

Vou tentar conseguir um pdf para quem quiser...

The roles, reasons and restrictions of science blogs
John S. Wilkins
Department of Philosophy, The University of Queensland, Brisbane, QLD 4072, Australia


Over the past few years, blogging (‘web logging’) has become a major social movement, and as such includes blogs by scientists about science. Blogs are highly idiosyncratic, personal and ephemeral means of public expression, and yet they contribute to the current practice and reputation of science as much as, if not more than, any popular scientific work or visual presentation. It is important, therefore, to understand this phenomenon.


07 julho, 2008

Blogar ou não blogar, eis a questão




Na Scientific American Brasil de junho foi publicada um artigo sobre Science 2.0, ou seja, sobre novas formas de se fazer ciência permitidas pelas ferramentas de publicação de conteúdo, inclusive os blogs. Nesse artigo, a questão dos blogs científicos não é encarada de forma muito otimista, mas talvez isto seja devido a uma visão restrita sobre como poderíamos usar blogs para fins científicos.


Entre os vários fins imagináveis comento alguns formatos com que tive experiência própria. Bom, o primeiro é o próprio SEMCIÊNCIA que, assim como a Maria Guimarães do Ciência e Idéias comentou, me permitiu conhecer várias pessoas interessantes, ter contato com jornalistas científicos etc. Continue a ler aqui.

28 junho, 2008

Por que um Blog sobre ciências?

Pegando no tema pela "ponta" que a Maria deixou, eu vou tentar prosseguir no tema "Por que um blog"? E, mais especificamente, por que um Blog sobre ciências?

Continue lendo aqui

27 junho, 2008

Blogues em português - pra quê?

Por que blogo? Por que me esmero para separar um tempinho para passear na blogosfera? Tentei contar um pouquinho lá no ciência e idéias.

21 junho, 2008

Novo tema: A blogsfera científica em português

Bom, pessoal!... Computados os votos, houve um empate entre os temas "A Blogsfera Científica em Português" e o mais momentoso "A Crise Mundial de Produção de Alimentos". Como rezam as normas eleitorais, em caso de empate, vence o mais idoso.

Então, passemos à discussão da Blogsfera Científica em português, suas virtudes, seus problemas, seu público-alvo e seu papel como meio de divulgação da ciência e suas novidades.

Eu aproveito para deixar o convite aos leitores para que mandem também suas sugestões sobre temas que gostariam de ver abordados aqui e que também participem das votações para os próximos temas.

17 junho, 2008

Uma mão na Roda...

"Tira a pedra do caminho
Serve mais um vinho
Bota vento no moinho
Bota pra correr
Bota força nessa coisa
Que se a coisa para
a gente fica cara a cara,
cara a cara, cara...
Com o que não quer ver.."
Chico Buarque, "Cara a cara"

Bom, pessoal... Ontem eu provavelmente escreveria um texto menos seco, mas esse infernal do Blogger resolveu sair do ar... Hoje, eu estou com pressa, com uma virose que me deixou na cama o dia inteiro e um humor de serpente marinha...(ou de Klingon, né Silvia?...)

A enquete está aí na barra da direita, e fecha no sábado 21 de junho. Eu tirei da votação os temas que não tiveram voto algum na última enquete.

Vamos lá pessoal!... Vamos por essa Roda para girar!...



22 abril, 2008

Pela ética ambiental

Hoje é o dia da Terra, e nós, do Faça a sua parte, estamos coordenando uma blogagem coletiva sobre essa data, que é considerada sem dúvida como uma das mais importantes do calendário ambientalista. Nesse mesmo mês, coincidentemente, o Roda de Ciência decidiu discutir sobre o papel do cientista nas decisões éticas da sociedade. E eu aproveito então a dupla oportunidade surgida para compartilhar algumas reflexões randômicas minhas, relacionadas à ética ambiental.

(Continue lendo aqui.)

03 abril, 2008

Ainda sobre ciência e ética...

Eu deveria ter ficado de boca fechada, já que eu não sou cientista e sou praticante de uma religião particularmente discutível, mas... A discussão também pode ser encarada do ponto de vista do “usuário final”, ou seja, do cidadão comum que não consegue entender direito os termos técnicos e as sutilezas do linguajar dos cientistas (mais ainda quando eles partem para a matemática...), mas que emprega em seu dia-a-dia os efeitos práticos dessa ciência: os avanços tecnológicos.

Acabei me embaralhando todo em um artigo onde eu pretendia dizer uma coisa e acabei me perdendo nos meandros de tentar explicar onde as religiões tinham ido buscar seus "dogmas" e "revelações divinas"...

Então, vamos voltar à vaca-fria e, pelo processo de exposição de idéias predominante no idioma francês, começar cada parágrafo com uma assertiva e discutí-la ao longo da exposição. (Continue lendo aqui)

01 abril, 2008

Sobre a ética dos cientistas

Aproveitando a notícia que circulou nos últimos dias sobre o fato de uma ação judicial que foi apresentada na justiça americana para impedir o funcionamento do LHC (Large Hadron Collider), com receio que os cientistas não estejam avaliando os sérios perigos desse equipamento produzir um mini-buraco negro que consumiria todo o nosso planeta, faço um comentário sobre isso no "Por dentro da Ciência". Posto essa informação aqui justamente para discutir se os cientistas realmente pensam nas conseqüências desse experimento, e mais do que isso, se pensam que é uma obrigação ética deles apresentar todos os esclarecimentos necessários?

24 março, 2008

Evolução da ética?

Muito interessante o Evolution and Human Behavior, não conhecia esta revista. Clique aqui para acessar uma página de introdução onde, entre bibliografia diversa, aparece também um belo quadro com as principais idéias sobre evolução da cooperação.
Achei melhor colocar esta referência aqui como complemento para nossas discussões. Imagino que as pessoas que estão defendendo que é possível extrair uma ética a partir do conhecimento científico estejam se referindo principalmente aos estudos sobre evolução da cooperação e psicologia evolucionária da cooperação.

Eu ainda desconfio que tais estudos são descritivos, não prescritivos. Mas fica a dúvida: dado que eu posso usar esse conhecimento para criticar a viabilidade de disseminação de regras éticas, a sua compatibilidade com (possíveis) tendências inatas humanas etc, será que isso é uma ciência da ética? Ou é apenas o equivalente trivial de dizer que se um dia uma ética prescrever que todo ser humano deveria levitar, a ciência poderia retrucar que isso não é possível (no presente momento, mas talvez um dia com levitadores magnéticos talvez).

Por outro lado, eis um genuíno problema ético: suponhamos que um dia tenhamos, graças aos avanços da psicologia evolucionária e da engenharia genética, a capacidade de manipular o genoma humano de tal modo a produzir pessoas mais altruístas (acho que isso seria relativamente fácil aumentando a densidade de células do tálamo produtoras de oxitocina). Ou seja, a realização por engenharia genética do "faça amor, não faça guerra!". E com isso acabassemos com grande parte da violência no mundo. Eticamente, deveriamos fazê-lo?

20 março, 2008

O Papel do Cientista nas Decisões Éticas

Por mais que se queira dissociar o tema deste mês do confronto "ciência vs. religião", não há como fugir a isto, uma vez que o próprio tema surgiu da atualidade da decisão que o Supremo Tribunal Federal vai ter que tomar (em minha opinião, já devia ter tomado...) sobre uma questão de suposta "ética", que, na verdade, é apenas sobre um dogma religioso.

Sendo assim, não me resta outro remédio senão analisar, desde a origem, a convivência entre "ciência e religião", uma vez que sou suspeito por ambos os "lados" desse confronto.

Eu afirmei, em comentário ao artigo do Osame, que as religiões tiveram como base a "ciência" (na sua acepção de "conhecimento adquirido"), só que as religiões não foram capazes de se adaptar ao progresso da ciência e se tornaram, mesmo, um entrave ao progresso da humanidade, quando deveriam ser, ao contrário, um esteio ético para este desenvolvimento.

Voltemos à pré-história e analisemos a "ciência" de então, para podermos avaliar de onde surgiu toda essa idéia de "religião" e qual papel ela deveria ter, bem como sua ligação com os conceitos de "moral" e "ética". (leia mais aqui)

18 março, 2008

Ética da Ciência e Ciência da Ética

Parafraseando Pareto, conceber uma Ética (ou uma religião) baseada na Ciência é gerar um monstro, no sentido de uma "criatura bizarra", uma quimera que une partes de animais diferentes.
Rubem Alves (alguém que normalmente não cito) diria que "a ciência pode ensinar como cultivar um jardim, mas não pode despertar o desejo de transformar um deserto em um jardim"... Basicamente ele relaciona o campo do desejo com as "religiões" (quer religiosas, quer seculares), ou pelo menos com a espiritualidade. Desejar demais algo é adorar...
Max Weber (ao lado) defende algo semelhante em "Ciência e Política, duas vocações": que o que o cientista pode fazer não é justificar fins mas auxiliar na análise dos meios (os meios são eficazes para tais fins?). Quem define os fins são (ou deveriam ser) as pessoas diretamente afetadas pelos mesmos, e isto é um exemplo de afirmação ética, não científica.
Eu simpatizo com as posições éticas de Peter Singer (ver Vida Ética) embora reconheço que o Utilitarismo (uma das éticas axiomáticas possíveis) possui um defeito grave: não funciona em um mundo (como o nosso) que apresenta fenômenos críticos e caóticos: ou seja, não podemos predizer se a ação que tomamos agora irá maximizar a diminuição do sofrimento no futuro. [Continue a ler aqui.]

11 março, 2008

Decisões éticas

Qual o papel do cientista nas decisões éticas?

As discussões sobre a lei de biossegurança incluíram debates sobre quando começa a vida. A visão científica se confronta à religiosa e à política. O público assiste, duvida, debate, acredita, opina.

Aborto, clonagem, transgênicos... são diversas as decisões éticas em que cientistas são chamados a opinar. Fica a dúvida: a ciência tem mesmo um papel aí, ou é mais um instrumetno de manipulação da opinião pública?


Tirei a imagem daqui.

Precisamos de sugestões de temas de discussão! Se puserem nos comentários desta postagem, anotarei para o mês que vem. Excluirei os temas que não tiveram nenhum voto este mês. Se quiser que algum permaneça, é só sugerir outra vez!
Esta roda de ciência está aberta a quem queira participar. Se você é um visitante esporádico, ajude a nos iluminar com seu conhecimento ou opinião. Para publicar um texto como parte da discussão, basta mandar uma mensagem para mariamsguimaraes arroba yahoo ponto com ponto br

21 janeiro, 2008

Rodando na ciência

Nesse mês de janeiro, o Roda de Ciência decidiu exatamente discutir sobre a rotina dos cientistas. No entanto, ao pensar sobre o tema, esbarrei numa questão simples: qual rotina descrever? Porque afinal eu já rodei em várias áreas e laboratórios diferentes pelo mundo, e não houve uma rotina "única" seguida o tempo todo. É claro, há o geralzão, mas as nuances são pungentes, e talvez elas é que sejam interessantes de serem relatadas quando se trabalha com tantas pessoas e aspectos diferentes.

Então eu resolvi escrever uma pequena série de posts sobre como foi e tem sido minha rotina na ciência nos diversos ramos e lugares por onde passei, o que fiz nos labs da vida. Quero principalmente deixar registradas as memórias que me marcaram em cada uma dessas experiências. Não vai dar pra contar tuuudo, tintim por tintim, mas vou me esforçar para pelo menos incluir eventos que de alguma forma me marcaram. No mais, será apenas um diarinho de cada experiência, sem tentar entrar em muitos detalhes bioquímicos. Espero que seja interessante.

(Publicarei sobre o tema um post por dia durante essa semana no meu blog.)

*********

Os posts da mini-série Rodando na Ciência você pode ler nos links abaixo:

- Rodando na Ciência: Viçosa
- Rodando na Ciência: Potsdam - Sampa
- Rodando na Ciência: Boston
- Rodando na Ciência: Honolulu
- Rodando na Ciência: Coréia do Sul

12 janeiro, 2008

A day in the life

Ainda não tenho um papel que me dá o direito de colocar um ", Ph.D." depois do meu nome mas a rotina de estudante de pós-graduação é algo que, apesar de diferente da de um professor ou pesquisador, contém muitas coisas em comum. Então como um contra-ponto ao post do Osame acenando lá do meio da escada fica aqui a rotina de alguém que ainda está ensaiando subir os primeiros degraus.

08 janeiro, 2008

Dia a dia de quem?


O tema da Roda de Ciência deste mês é sobre o "dia a dia do cientista". Embora no final do mês eu vá prestar um concurso aqui na USP, acho que tenho algum tempo para refletir sobre esse tal dia a dia no qual já vivo (meu Deus, tô ficando velho!) há mais de 20 anos.


OK, na verdade não tenho tanto tempo para refletir assim: além de estar estudando e preparando os pontos para o concurso, estou escrevendo um paper com o Mauro Copelli e o Leonardo Lyra Gollo sobre dendritos excitáveis, outro com o Roque, Rosa, Pedro e Adriano sobre modelos de evolução cultural (na verdade, sobre evolução da culinária), e ainda outro com o Pablo Diniz e o Alexandre Martinez sobre redes de citações bibliográficas. Sem falar na orientação de iniciação científica do Zeddy (trabalho para o Prêmio Jovem Cientista) , do Leonardo Soares (estudo de uma métrica de rede para definir sinonímia) e do Rodrigo (modelo de evolução de memes tipo branching process).


Ainda bem que consegui validar no Júpiter-USP, ontem, as notas da turma de Física I e de Estatística Básica. Hummmm.... Não falei sobre o fato de que preciso ir passear com as crianças no parquinho, amanhã, ou então levá-los para Araraquara no final de semana. OK, OK, já deu pra ter uma idéia sobre o meu dia a dia...


Vamos continuar. Mas primeiro, um pouquinho de arrogância: para definir o "dia a dia do cientista", acho melhor definir o que é um cientista. E aqui vai a opinão de pessoas que respeito: "cientista é um artesão que trabalha com idéias e conceitos".


Se forem idéias matemáticas ou lógico-formais, temos matemáticos, lógicos, teóricos da computação. Se forem idéias sobre a natureza e/ou o ser humano, temos os cientistas naturais e/ou humanos (notaram o "e" que inclui o pessoal da sociophysics como eu, por exemplo?).


Se tais artesãos trabalham com as mãos, temos os cientistas experimentais. Se trabalham com simulações computacionais, temos os cientistas computacionais. Se usam apenas lápis, papel e lata do lixo, temos os teóricos (ok, eles usam computadores também!). Se não precisam de latas de lixo, temos os filósofos... Ops, a piada não é minha, e eu não concordo com ela!


Cadê a arrogância da definição de cientista? Bom, acho que você pode chegar para mim e dizer: Olha, eu conheço um monte de cientistas que não são tais artesãos (manuais ou intelectuais). Isso é uma visão idealizada da ciência, etc e tal. Você não viu o último livro de sociologia da ciência do Bruno Latour?


Meu filho, você não entendeu: quem não se encontra dentro da definição, pode ser um técnico científico, um trabalhador científico, um professor de ciências, um administrador científico, um empreendedor científico. No problem. Apenas não é um cientista... (minha amiga Giulia diz que, enquanto professores-pesquisadores mal remunerados, somos um proletariado cognitivo).


OK, então dado que, enquanto pesquisador não ligado à Big Science, sou um artesão e não um operário no sentido marxista do termo, um artesão que tenta ensinar sua arte a seus (até agora poucos) discípulos, talvez valha a pena contar como se inicia uma vocação como essa. Continue a ler aqui.