Mostrando postagens com marcador comunicar incerteza. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comunicar incerteza. Mostrar todas as postagens

29 setembro, 2007

Incerteza estatística

As discussões desse mês no Roda de Ciência versaram sobre a dificuldade em se comunicar a incerteza. Não só aos acadêmicos, mas principalmente ao público leigo, que, acostumados ao maniqueísmo do "preto ou branco", não se sentem confortáveis com estatísticas e probabilidades que sejam diferentes e nos deixem em tons de cinza. As discussões foram excelentes e eu, aos 45 minutos do segundo tempo, deixo aqui minha humilde contribuição pessoal.

(Leia o resto aqui.)

19 setembro, 2007


"Porque nós cientistas queremos ter sempre razão?" Essa pergunta, feita por um amigo que é um grande cientista, apesar do contexto diferente (leiam no VQEB) me remeteu a discussão do mês no roda. Nós, cientistas, também fomos contaminados pela educação da dualidade, do certo e do errado. Também queremos sempre ter certeza de tudo. Também queremos ter sempre razão. O meu texto primeiro texto aqui no roda, discute muito a culpa dos outros, mas não a do próprio cientista, na comunicação da incerteza. Apesar de me policiar, vejo que muitos colegas são realmente frustrados pela incerteza e procuram a "explicação plausível", que sempre pode ser encontrada a posterióri, mas que nem sempre corresponde a realidade incerta. E, por vaidade, cometemos bem mais que um pecado capital

16 setembro, 2007

Um pouco mais de "Estilo SciAm"?


Eu acredito que em boa parte dos artigos da Scientific American essa comunicação da incerteza, da polêmica e do debate científico são feitos de forma razoável. Imagino que isto se deva ao fato de que em geral os autores são cientistas que sabem que seu artigo vai ser lido por colegas (inclusive seus adversários), de modo que tentam ser mais ou menos "fair" sem deixar de assinalar qual alternativa preferem (justificando o porquê disso). Ou seja, isso não é exatamente equivalente à "isenção" jornalistica que às vezes quer dar espaço igual para teorias desiguais (em termos de evidências).


Eu chamaria isso de Estilo SciAm. Será que as outras revistas brasileiras de divulgação científica apresentam um estilo similar? Não seria hora de tal padrão ser adotado mais genericamente?


Para ver um exemplo do Estilo SciAm, ver aqui e aqui. Digo, não o meu estilo, mas o estilo da SciAm...

14 setembro, 2007

Eu sei, mas mesmo assim...

Não sei se podemos pensar num instinto de longo prazo para a sobrevivência do grupo no caso humano, muito menos se ele costuma aflorar nas situações de crise fazendo “homens-comuns-transformados-em-heróis”, ou mesmo transformando um homem básico num anti-social.

A questão, a meu modo de ver, é que somos regidos também por um outro regime que é o regime das pulsões. Digo “também” porque também somos regidos pelo instinto do mesmo modo que cada espécime animal é.

Convém definir o conceito de pulsão para que fique claro o que pretendo dizer. De acordo com o Vocabulário de Psicanálise de J.Laplanche/J-B Pontalis, trata-se de um processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz tender o organismo para um alvo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu alvo é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir seu alvo.

Leia mais em Freud Explica

A quem interessa?

No final de agosto foi publicado, no BMC Genomics, artigo (“Effect of active smoking on the human bronchial epithelium transcriptome”) cuja chamada alertava para o fato de que ex-fumantes ainda estavam em risco. Assim a notícia alastrou-se por toda a imprensa...

Para continuar a ler vá até o Pitáculos

10 setembro, 2007

Sei ou não sei? Eis a questão!


(...) O meu professor de estatística dizia que o problema é que nós não fomos educados a conviver com a incerteza. Durante toda nossa educação formal, fomos obrigados à escolher entre o 'certo' e o 'errado'. Não nos ensinaram que as coisas, muitas delas, eram (e sempre serão) 'incertas'. Aprendemos a fazer aproximações, aprendemos a escolher entre o 'certo' e o 'errado'. Mas não aprendemos que entre os dois existe o 'incerto'. Aliás, é muito pior, aprendemos a ignorar o incerto, ou tortura-lo até que se torne 'certo' ou 'errado'. O resultado é desastroso: a grande incapacidade da maioria das pessoas de entender a ciência.

Leia mais no VQEB.

09 setembro, 2007

Bom... Já que ninguém topou a provocação...


"Estar consciente de sua própria ignorância é um grande passo para o conhecimento".
Bejamin Disraeli, "Sybil"


Eu adoraria iniciar este artigo com uma citação de Isaac Asimov, de um de seus artigos sobre a "relatividade do erro", mas minha biblioteca ficou em Araruama... Nele, Asimov nos lembra que somos, desde a mais tenra idade, a aceitar "absolutos": isto é "certo"; aquilo é "errado".

A título de exemplo, ele apresenta o caso hipotético de uma prova de matemática elementar, onde aparece a questão: "2+2=?". Joãozinho responde "azul" e Mariazinha responde "3,99999..." Pelas regras em vigor, ambas as respostas estão "erradas", mas a de Mariazinha está "quase certa".

(leia mais aqui)

02 setembro, 2007

Cadê minha certeza que eu deixei aqui?...

Ah!... Como tudo era bom e simples, antigamente. Tudo em seus lugares certos. Um Deus "todo-poderoso" tinha criado a Terra, bem no meio de tudo que havia, posto um Sol para iluminar o dia e uma Lua para não ficar escuro demais de noite. E um monte de luzinhas cintilando naquele telhado para nos orientar durante as viagens e prover maneiras de adivinhar o que ia acontecer no futuro...

Os filósofos discutiam se primeiro existiu a idéia, ou se a idéia nasceu da constatação das coisas. Mas, em uma coisa todos eram unânimes: tudo está como sempre foi e nunca vai mudar. Existem coisas vivas que nascem, crescem, envelhecem e morrem. E existem coisas que não são vivas e não mudam nunca.

Qualquer um podia constatar: existiam coisas duras, com formas definidas, coisas moles com formas maleáveis, coisas que não dava para segurar nas mãos, como a fumaça e os vapores, e aquela substância misteriosa, roubada dos Deuses, que era assustadora, mas extremamente útil: o fogo.

(continue lendo aqui)

Setembro: comunicar incerteza

Quem faz ciência sabe que costuma ser atividade longe de exata. Parte-se do conhecido para o desconhecido, ora por rotas tortuosas, ora por becos sem saída. As conclusões nunca são certezas; são saberes prováveis até que algo melhor apareça.

Mas isso tudo desaparece na ciência que chega ao público leigo. Ao ler notícias parece que as descobertas caem prontas no colo dos cientistas e que não resta margem para dúvidas.

Fica aí espaço para muito debate: é importante comunicar a dúvida? É possível?

A foto acima é de io2, em flickr.


Precisamos de sugestões de temas de discussão! Se puserem nos comentários desta postagem, anotarei para o mês que vem.

Esta roda de ciência está aberta a quem queira participar. Se você é um visitante esporádico, ajude a nos iluminar com seu conhecimento ou opinião. Se quiser publicar um texto como parte da discussão, basta mandar uma mensagem para mariamsguimaraes arroba yahoo ponto com ponto br