Por Rogério Silva
Pensando no tema de outubro entre ciência e arte eu achei que deveria tratar de Julio Verne ou Michelangelo que não eram cientistas, mas criaram muito para a humanidade. Gostaria talvez de versar sobre Moritz Echler, entre a arte e a matemática, mas meus conhecimentos sobre eles é pequeno e só então me dei conta de que já havia escrito algo sobre o tema no meu blog sob o título “Experiência e construtividade em Walter Benjamin”.
Walter Benjamin parece estar falando sempre de dois tempos. Um tempo perdido de criação e um tempo posterior de recriação. O primeiro tempo é o tempo da experiência, tempo da conhecer, tempo da ciência e um tempo posterior de construção ou de arte.
Esse tempo de criação parece ser um tempo primitivo, o tempo do narrador, do artesanato. É a passagem do artesanato para a produção em série, que muda a forma da narrativa e faz surgir o romance.
O romance sai da experiência individual (Erlebnis), não compartilhada, para a coletiva (Erfahrung), onde o leitor persegue o mesmo sentido dado pelo autor.
Espero, ainda que tardiamente, estar contribuindo para o tema.