30 janeiro, 2007

a arte de falar simples: uma tentativa

O que parecia uma tarefa simples se transformava num desafio cada vez maior à medida que crescia minha consciência do abismo que pode haver entre estas duas linguagens de divulgação, a acadêmica e a informal. Por isso mesmo é preciso um artista para mediar esta transformação do conteúdo, e nem todos somos Charles Chaplins capazes de traduzir a complexidade da vida humana e suas relações através de obras primas que se revelam para todas as idades e “escolaridades”, uma linguagem “universal”.
Extraído do blog Via Gene - veja texto completo do tema de janeiro (segundo tempo da prorrogação!) aqui.

13 comentários:

Lucia Malla disse...

Seu texto é delicioso de se ler. Concordo com vc: o divulgador não pode ser mero tradutor. Não pode MESMO. Mas ainda acho q somos pouco "treinados" na arte da divulgação na faculdade. A maioria não consegue explicar direito o que faz num laboratório nem para os próprios pares. Acho que precisava haver alguma forma mais eficiente de aprendizado dessa arte - afinal, como em qualquer arte, o treino da técnica ajuda e muito na performance final.

Maria Guimarães disse...

ana, você me transportou nessa aventura. concordo completamente com você. e é por isso que fazer divulgação de ciência é para mim uma fonte constante de emoções - desafios, desconhecido, suspense...
bem-vinda de volta, que bom que você conseguiu entrar na discussão!

Osame Kinouchi disse...

Ana, o seu texto valeu pela espera. Bela prorrogação do segundo tempo...

João Alexandrino disse...

Ana, muito bom o teu texto! A tua experiência foi presencial, isto é tinhas um público com o qual podias interagir. Então, não se trata apenas de escrever ou falar simples, penso que teu texto nos deu a dimensão de que comunicar ciência deve ser algo multi-sensorial que não se resuma à linguagem escrita e falada.Abs.

Alessandra disse...

Em seu texto, você acabou colocando em prática a própria idéia central do artigo, percebeu isso? E não falo apenas sobre sua desenvoltura ao falar sobre o tema Biologia, mas de um tema muito mais desconhecido para os leitores de um blog de ciência: Escotismo!
Utilizando a arte de falar simples, você passou perfeitamente a idéia para os leitores. Eu, como escoteira há 13 anos, só vou incrementar a conversa para quem quer que esteja interessado: são lobinhos as crianças de 7 a 11 anos; as nossas "patentes" são os distintivos; um grau "superior" é uma especialidade.
Pode ter certeza que foram muitos os lobinhos que conquistaram o distintivo de especialidade em Biologia e o carregam para sempre costurado (por eles mesmos!) na manga direita de sua gandola!
ops, gandola = blusa do uniforme! Ainda tenho que treinar mais esta arte!

via gene disse...

Pessoal,

Obrigada pelos comentários e incentivos.

Fico feliz de ter conseguido deixar uma contribuição ainda em janeiro. Confesso que ficar por último na roda traz alguma vantagem, pois é sempre possível buscar inspiração, rever conceitos e aprender alguma coisa nova lendo as matérias anteriores. O tema vai como que "amadurecendo"... então: obrigada a vocês pelos "posts" anteriores e a ampla gama de comentários (alguns eu ainda estou lendo).

Chefe-escoteira e "hermana": obrigada por contribuir na definição das práticas escoteiras! Seja bem-vinda!

Silvia Cléa disse...

Oi, Ana!

Falar de maneira clara e fácil é uma arte, como diz, cuja sensibilidade se cultiva a cada leitura; em longas, ou breves conversas em que somos ouvintes...
Ana, vc comentou que não fora Bandeirante, por preconceito...gostaria de dar o meu depoimento, pois eu fui e posso garantir que, se aprendi algo em relação à corte e costura, foi em minhas aulas de Artes Manuais (que eram curriculares do ciclo ginasial estadual) mas nunca durante as atividades do bandeirantismo.
O distrito ao qual pertencia era voltado às artes, foi lá que tive minhas noções básicas de teatro e canto e aprendi noções básicas para tocar violão e flauta (doce e transversal). Em todos os acampamentos que fazíamos, era sempre costumeiro que construíssemos nossos fogões com bambu e barro (e cuidássemos de proteger as panelas com sabão).
Assim, aprendíamos divermos tipos de nós, e leis da física para que o tal fogão não despencasse no primeiro uso. Tb aprendíamos a observar os astros e estrelas e nos localizar através deles.
Ah! Tb construíamos uma fossa e, me lembro de uma palestra sobre um tipo de casa ecológica (já naquela época - década de 70!!!).
Havia muita atividade física e orientação: nutricional e de saúde.
Como disse nossa colega do escotismo, tb tínham as especialidades, que eram adquiridas através de provas...
Enfim, muito conhecimento que utilizo até hj em minhas viagens e passeios foram adquiridos àquela época...pena o movimento ter se modificado tanto.
Parabéns pelo texto!

Osame Kinouchi disse...

OK, OK, eu confesso que quando a
minha filha Mariana disse que queria ser Bandeirante eu também reagi com preconceito (acho que isso vem dos filmes americanos onde elas vendem doces de porta em porta... ou não?)
Mas agora, com o incentivo e aval intelectual de voces, vou bancar o escotismo dela... OK,OK...

Silvia Cléa disse...

Êpa! Muita hora nessa calma!...
Primeiro: não estou fazeno apologia alguma e sequer dando aval à educação infantil alheia.
Osame, meu caro, estamo em 2007. A história que contei se passou na década de 70, em uma outra São Paulo...
Pare e reflita um pouco. Não havia nem naquela época, outro distrito como aquele que eu frequentei...imagine agora!
Muito cuidado com as altas expectativas.

via gene disse...

Silvia!
Obrigada pelo comentário, adorei aprender sobre as Bandeirantes e saber que comparilhamos, em algum momento, um mesmo espírito de aventura alimentado por acampamentos e céus estrelados (mesmo sem ter sido oficialmente escoteira, tenho alguns "distintivos" costurados na memória). Ultimamente tenho me identificado cada vez mais com uma frase que vi numa camionete na Unicamp: "Conheça a vida selvagem: tenha filhos!" :)
Osame: se não me engano, muitas das atividades escoteiras promovem a participação ativa dos pais... é uma chance de você conhecer o grupo que sua filha quer integrar. E como disse a Sílvia: cada experiência é única!
abraços,
ana claudia

Osame Kinouchi disse...

Oi Ana, para quando é o bebe? risos... Sil, pode deixar, eu sei que as coisas mudam...

João Carlos disse...

(Desculpem o atraso...)

Caramba! E eu - que fui Lobinho (Mór de Alcatéia, com "Cruzeiro do Sul" e cheio das especialidades) no tempo em que Papai Noel jogava bolinha de gude, nunca tive a sorte de ter um biólogo à disposição para me despertar o interesse pela matéria (confesso que sou uma besta quadrada em matéria de biologia).

Mas - será que eu estou tão obsoleto assim? - no meu tempo o correspondente aos Lobinhos do Escotismo eram as Fadinhas do Bandeirantismo.

É uma pena que eu tenha comido mosca e deixado de apresentar um artigo sobre este tema. Quem sabe não foi melhor assim? Eu dificilmente seria capaz de apresentar a coisa com tanta propriedade e concisão.

Silvia Cléa disse...

Oi, João Antonio!

Já estava com saudades! ;0)))
Sim, as fadinhas existiam, assim como as B1, B2 e guias...todas divididas por idades. O mesmo acontecia com os escoteiros, segundo me dizia o meu irmão. O que meu distrito tinha de inovador, porém, era o fato de muitos dos chefes serem homens.
Acredito que foi este o aspecto pontual que o tornou tão especial e diferenciado (aos meus olhos atuais)...
[]s,