12 janeiro, 2007

Devemos ser lacônicos ou lacânicos?

Não, o texto a seguir não foi gerado pelo Postmodern Essay Generator, pois afinal é só ler devagar que você o entende perfeitamente. Em outro post defenderei minha tese de que o pessoal de Humanidades, devido a seu largo treino de leitura e discussão escrita e oral, desenvolve regiões específicas de seu cortex que ampliam sua memória de trabalho para leitura de frases longas na voz passiva intercaladas com sentenças nuançadas, condicionais e ambíguas, uma capacidade cerebral profissional similar a dos matemáticos quando usam expressões matemáticas longas. Ok, desculpem pela longa frase anterior, foi sem querer querendo.

Da Wikipedia: Although Lacan is often associated with it, he was not without his critics from within the major figures of what is broadly termed postmodernism. (Several writers, such as Slavoj Žižek, have argued specifically against considering Lacan a poststructuralist theorist.) Along these lines, Jacques Derrida (though Derrida did not endorse nor associate himself with postmodernism) made a considerable critique of Lacan's analytic writings, accusing him of taking a structuralist approach to psychoanalysis, but this is hardly surprising. In particular, Derrida criticises Lacanian theory for an inherited Freudian phallocentrism, exemplified primarily in his conception of the phallus as the "primary signifier" that determines the social order of signifiers. It could be said that much of Derrida's critique of Lacan stems from his relationship with Freud: for example, Derrida deconstructs the Freudian conception of "penis envy", upon which female subjectivity is determined as an absence, to show that the primacy of the male phallus entails a hierarchy between phallic presence and absence that ultimately implodes upon itself.

(...)


Critics from outside psychoanalysis, critical theory and the humanities have often dismissed Lacan and his work in a more or less wholesale fashion. François Roustang, in The Lacanian Delusion, called Lacan's output "extravagant" and an "incoherent system of pseudo-scientific gibberish". Noam Chomsky described Lacan as "an amusing and perfectly self-conscious charlatan". In Fashionable Nonsense (1997), Alan Sokal and Jean Bricmont accuse Lacan of "superficial erudition" and of abusing scientific concepts he does not understand (e.g., confusing irrational and imaginary numbers). Defenders of Lacanian theories dispute the validity of such criticism on the basis of Sokal's misunderstanding of Lacan's texts. According to Lacanians, the dismissal by Sokal and his allies precludes any valid criticism of his theories, and is instead motivated by a desire to "police the boundaries" of what constitutes an appropriate use of scientific terminology.


Foto: Um esquema dos neurônios receptores da mucosa nasal mandando seus axônios para a camada glomerular do bulbo olfatório? Não. Da correspondência Jacques Lacan - Pierre Souri, legenda alemã traduzida pelo Babel Fish:
Generalized Borromaeer in the closer sense 6-3. Soury formed a generalized borromaeische chain according to our method in the case of six rings. It is necessary and sufficient to pull three rings out so that it dissolves. Its attached comment illuminates and confirms our interest in the reading of the Pascal' triangle.

Alguém pode me ajudar a melhorar a tradução desta legenda em alemão?

Continue a ler no SEMCIÊNCIA.

Um desafio redacional para o pessoal da Roda de Ciência: pegar a seção Lacan and his discontents do tópico da Wikipedia de onde foram tirados esses trechos e reescrevê-la de forma simples, jornalística, tentando extrair o cerne do que o autor coletivo quer dizer (ou das possíveis leituras que ele quer permitir).

5 comentários:

Maria Guimarães disse...

ai, que preguiça! não vou topar seu desafio, osame. mas não posso deixar de frisar que frases longas podem ser eficazes. aquele que aparece lendo um livro dois textos abaixo é mestre em frases longas, convolutas e absolutamente deliciosas e compreensíveis. não é pra qualquer um.

Anônimo disse...

compartilho com Maria, não olhem para mim. Tô fora.

Silvia Cléa disse...

Puxa, Osame, que pena vc não ter conseguido postar o tal diagrama do sistema olfatório...é realmente linda e bastante semelhante à rede que vc representou aqui...ficaria muito didática a comparação!
Mas, sabe, como tenho hiperosmia...tudo isso não está me "cheirando nada bem"...hehehhehe
Por que toda essa 'fixação' com o olfato? Acho que vai além de suas pesquisas...Talvez o Rogperio pudesse dar seu pitoco básico! ;0))
(brincadeirinha)
Vou declinar do convite tb...tenho uma certa, digamos, aversão, às frases demasiado longas...
[]s,

Osame Kinouchi disse...

Um comentario que foi colocado no SEMCIENCIA.

Norberto Kawakami disse:

Éééé... Se vamos responder a uma crítica dizendo que quem a fez não entendeu o texto, sem dizer nem onde, nem porque, então tudo fica fácil... tão fácil que acaba terminando em uma discussão nonsense, já que podemos dizer que ninguém entendeu a ninguém. E fim de papo. Ou não?

Agora se o pessoal das humanidades não querem fazer ciência, então para quê ficar mentendo termos científicos em seu discurso? Ainda mais, esticando-os para fora de seu campo de validade... vai entender...

Calma Roberto, os humanoides sao gente fina, eles usam esse tipo de discurso apenas quando querem nos provocar... Adoram encher a boca e falar "cientismo", "cientificismo" e outros ismos, mesmo sem ter lido um livro de filosofia da ciencia...

Osame Kinouchi disse...

Ops, o comentario do Norberto vai até " campo de validade... vai entender... " Esqueci de usar aspas ou italicos.

Sil, depois respondo a piadinha. Por hora, recomendo o livro do Luca Turin,

The Secret of Scent: Adventures in Perfume and the Science of Smell

http://www.amazon.com/Secret-Scent-Adventures-Perfume-Science/dp/0061133833

Um comentario de leitor:

If you love learning about how molecules work..., December 23, 2006
Reviewer: Holly Phaneuf, PhD. - See all my reviews
I am delighted with this book! Finally I can take a really good, long look at all the structures of molecules with familiar smells and try to sort it all out for myself. This is what Turin tries to do, along with a continuously dry, irreverant humor that just makes it so much fun to read.

Even if you don't have a background in chemistry, you might be able to give this book a try, though it will take some willingness to sit down and try to mentally fit together all the jargon, which he defines nicely. But it this book will be more fun for someone with a tiny smattering of knowledge of organic, like knowing the definition of a functional group.

But this isn't just a book about smell, he could be onto something big in general, about how receptors really work. Of course it still needs proof, but his theory is that molecular vibration, rather than shape (although vibration and shape are related) may be better predictors for receptor activation by a molecule. If that is so, think of the pharmacological implications. That's big!