27 outubro, 2006

Ciência e Arte: Os Sinônimos da Criatividade

O tema desse mês no Roda é a relação entre a arte e a ciência, uma relação que é mal compreendida e, na grande maioria dos casos, completamente estereotipada.

Continue lendo no It’s Equal but It’s Different...

10 comentários:

via gene disse...

muito inspirado!! Excelente "post", melhor que o primeiro que se perdeu :)
abraços, ana

Maria Guimarães disse...

daniel, fico sempre impressionada como é que alguém pode ter tal biblioteca na cabeça, e ainda fazer outras coisas na vida! ou você passa horas procurando no google mas na verdade não conhece nenhuma das referências?
os músicos parecem estar concentrados na área de exatas, não? acho que o dom artístico varia muito, em média, entre as áreas da ciência.

Daniel Doro Ferrante disse...

Meninas!

Vc são uns doces mesmo... mas, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. ;-)

Quanto aos livros, Maria, não é tanto uma questão de memória: a minha funciona de modo completamente caótico, eu me lembro de coisas que não deveria e não me lembro do que deveria... mas, a vantagem é que nesse caos da minha memória, em geral eu me lembro da "conexão" que eu faço entre os "objetos". Então, às vezes eu não me lembro de todos os detalhes de um livro ou de outro... mas, me lembro o suficiente pra juntar um grupo de dados e das conexões que fiz... aí, achar o resto é fácil. ;-) No caso dessa lista que eu fiz pra referência, eu li todos os livros citados lá... com excessão do último link que eu achei enquanto procurava pelos outros links na Amazon. Então, pra dar um exemplo do que eu descrevi acima: às vezes eu não lembrava o nome do livro mas lembrava o nome do autor, às vezes eu lembrava uma sitação no meio do livro e assim por diante -- mas, eu li os livros citados sim. Até porque, se eu não fizesse nada mais do que um Google, como é que eu poderia garantir a qualidade das minhas sugestões pros meus leitores?! Esse tipo de safadeza ainda não entrou no meu rol de 'ethos'... ;-)

Um abraço pra vcs, []'s!

Silvia Cléa disse...

OI, Daniel!

grande garoto!!!! beleza é tônica do post: do conteúdo ao resultado... ;))))
liga não para o HD, sua cabeça é infinitamente melhor que ele...uaauauauuauauuaua
urras à Matemática e aos livros lidos e indicados! Continuo fã de carteirinha!

Maria Guimarães disse...

menino, tou impressionada.

Kynismós! disse...

“Ciência e arte completam-se, constituindo a atividade intelectual.” Leonardo da Vinci.

Pena que...

"A ignorância só degrada a pessoa quando é acompanhada de riqueza. O pobre é limitado por sua pobreza e por suas necessidades; no seu caso o trabalho substitui o saber e ocupa seus pensamentos. Por outro lado, os ricos que são ignorantes vivem apenas para seus prazeres e se parecem ao gado, como podemos notar diariamente. Isto é ainda mais censurável porque não usaram a riqueza e o ócio para aquilo que lhes empresta o mais alto valor." Arthur Schopenhauer.

João Carlos disse...

E agora que Leonardo voltou à baila (por conta de Dan Brown e seu best-seller), que inveja eu sinto dos filósofos (em seu sentido literal: amigos da ciência) que ainda podiam ser "homens dos sete instrumentos". Mesmo após ler o livro do Feynman (que, entre os sete que tocava, um deles era a "frigideira" que - infelizmente - já desapareceu das baterias das escolas de samba) - por falar nisso, estou à procura do livro do Gamov - se percebe que os "generalistas" são casos cada vez mais raros.

Kynismós: vou me permitir discordar de Schopenhauer. A "ignorância" não degrada ninguém: todos nascemos igualmente ignorantes. Se permanecemos ignorantes, é porque não apareceu quem nos ensinasse. E associar a "pobreza" com "ignorância" é um erro crasso. Dentro dos limitados conhecimentos dos que vivem "das mãos para a boca", poderemos encontrar muito mais sabedoria do que em "diletantes" que só acumulam informações dos mais variados campos do conhecimento, mas nada produzem, a não ser frases de efeito...

Daniel Doro Ferrante disse...

Oi João, Kynismós,

Rapidinho, antes de ir pro treino de hoje (os "playoffs" começam amanhã! ;-): Max Weber. Essa idéia de classificação "classissista" tem diversos "slipery slopes" que precisam ser tratados com bastante carinho. Em particular, vale a pena entender cuidadosamente a mensagem de Max Weber: A sociedade não é dividida em "classes" simplesmente por uma razão "hierárquica", mas sim por uma razão cultural -- claro que eu estou resumindo demais a temática do Weber, mas, pra bom entendedor... ;-)

Apesar da citação do Schopenhauer precisar ser interpretada no contexto histórico apropriado, o João está correto na observação dele: nunca soube que existisse conexão estatística entre "pobreza" e "ignorância" -- taí a "cultura" (enquanto cabedal de sabedoria acumulado pela sociedade) e sua transmissão que não me deixam mentir (principalmente no que diz respeito à sabedoria "popular").

Agora, João, quando vc "reclama" da ausência de professores, implicitamente vc está assumindo que, se houvesse professores suficientes, as pessoas escolheriam procurá-los e escolheriam não ser ignorantes. Cuidado... conheço muitos casos aonde essa escolha não é feita de forma tão "romântica"... Aliás, a simples "passividade" social perante tal tema já é uma escolha: Ou seja, o simples fato de não se fazer uma escolha já é uma escolha. ;-) (Coisas de Gödel... :-)

Tenho que ir... já tô atrasado! :-)



[]'s!

Caio de Gaia disse...

Então foi aqui que tudo começou? Como é que um post tão interessante acabou numa flame war noutra contribuição?

Algo que não foi discutido aqui é que a génese da arte enquanto actividade humana está ligada possivelmente a tentativas de dominar a natureza através da magia (As estatuetas das vénus, as pinturas rupestres). A arte é algo que se pode relacionar tanto com a religião/magia ou com a ciência daí que veja a colagem da ciência à arte como algo até perigoso do ponto de vista da percepção do público.

Falta-nos um antropólogo no roda: o aparecimento da "arte" é um marco importante na evolução do ser humano. Uma contribuição sobre o tema teria sido interessante.

Espero não lançar mais achas para a fogueira mas é que Schopenhauer não pode ser interpretado fora dos preconceitos da época. Esse senhor não se limitava a distribuir a ignorância pelos ricos, incluia aí todo o género feminino:

"O simples aspecto da mulher revela que não é destinada nem aos grandes trabalhos intelectuais ou materiais."

"A natureza, recusando-lhes a força, deu-lhes a astúcia para lhes proteger a fraqueza: donde resultam a instintiva velhacaria e a invencível tendência à simulação do sexo feminino".

"O leão tem os dentes e as garras. O elefante e o javali as presas, o polvo a tinta, a cobra o veneno. A natureza deu à mulher para se defender apenas a dissimulação. Esta faculdade supre a força que o homem tira do vigor de seus músculos e de sua inteligência."

Este é o problema das citações com carácter de autoridade. Mesmo as "autoridades" se mostram muitas vezes ignorantes.

Daniel Doro Ferrante disse...

GraAande Caio,

Agora que voltamos ao post que deu origem à série®, ;-) , vou deixar meus comentários aqui -- não que eles (os comentários) sejam 'on-topic', mas...

(1) Não foi a minha intenção começar um flame-war (principalmente sobre Física × Matemática!), muito pelo contrário; porém, não é sempre que se consegue aquilo que se deseja. :-( Por outro lado, obrigado por ter achado o post interessante. ;-) E eu acho que o "flame war" acabou acontecendo pelo outro post por simples besteira de um dos comentadores, que não teve a paciência de vir comentar no lugar apropriado. :-P

(2) Excelente essa sua sugestão de termos um Antropólogo (ou Sociólogo) no Roda! Ainda mais quando posta em contexto com esses comentátios tão pertinentes da ligação da Arte com a "Religião Mágica". Seria muito bacana (ou "giro", como preferir ;-) se aprofundar por essa porta que vc abriu. :-)

(3) No que diz respeito à argumentação feita via autoridade, essa é uma falácia lógica antiga e que não tem lugar em nenhum tipo de discussão racional. O fato dela ter sido utilizado aqui me incomoda... e foi por causa desse incômodo que tanto eu quanto o João fizemos questão de deixar bem claro exatamente isso que vc repetiu acima: Esse tipo de "slogan" TEM que vir acompanhado do CONTEXTO histórico; senão não tem conteúdo.



Um abraço, []'s!