16 setembro, 2006

Roda de Ciência: Internet na Academia

Considerando-se que eu nasci na metade do século passado (no tempo em que, para se fazer uma ligação telefônica entre o Rio de Janeiro e Niterói, se passava um bom tempo esperando a telefonista completar a ligação) e que o assunto momentoso da sci-fi da época era a humanidade sendo dominada pelos "cérebros eletrônicos", o assunto para mim tem um sabor nostálgico.

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4 comentários:

Kynismós! disse...
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Kynismós! disse...
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Kynismós! disse...

Há algum tempo leio seu blog e tenho algumas poucas, e muito sérias, discordâncias com você, talvez por também ter sido militar e achar que 99% dos oficiais são babacas de carteirinha (para os acadêmicos essa porcentagem é só 90%).
Ainda bem [para humanidade :)] que as concordâncias são bem maiores que as discordâncias, a começar pelo magnífico título de seu blog que vejo se materializar todo santo dia nas mais diversas situações, desde que me entendo por gente.
As tantas concordâncias talvez advenham do fato de seres bem mais cru e claro do que um bando de (pseudo)acadêmicos (alienados) e metidos a educadinhos com que convivo ou encontro por aí. (Perceba que não tenho a mínima vergonha de distribuir elogios e críticas da forma mais clara possível).
Ok, depois das “agressões gratuitas”, como dizem por aí, que na verdade não têm nada de agressão e muito menos de gratuitas, vamos ao que interessa.
Sua agulhada final foi excelente. Se leres meu comentário no primeiro post desta série (Internet e academia) verás que falei sobre o uso da Internet (e do computador em geral) no ensino fundamental e médio. O computador seria simplesmente uma maravilha nesse nível de ensino. É bem fácil ver como as crianças (que tem acesso irrestrito) aprendem com extrema facilidade a utilizar o computador (seja pra que for), o computador também desperta com outros níveis de cognição que antes de sua existência dificilmente seriam explorados com tanta facilidade (visão tridimencional, multidimensional, um tipo não convencional de raciocínio lógico, etc.). Só que isso tudo tem que ser controlado, monitorado, não pode simplesmente correr à revelia, para que ao invés de contribuir no ensino aprendizazem não venha a ser mais uma ferramenta de distração como a TV, video games, etc. (tudo não dosado acaba fazendo mal), que na verdade é o que vem acontecendo.
No mais, os professores de escolas públicas (os formados atualmente, que dirá os mais antigos) nem de longe estão preparados para lidar com essa ferramenta com desenvoltura quanto mais para conduzir seus alunos no seu uso.

Tenho esse ano, como professor de física que sou, a embaraçosa tarefa de ensinar ciências (biologia, mais precisamente os seres vivos) em uma 6.ª série (2.ª série do ensino fundamental dois, (pseudo)educadores gostam de dar nomes novos para os mesmo monstros), estou me sentindo quase um Hitler por isso, pois é “Chi vó,...”. Aqui se tem um caso de alguém que sabe o que fazer com um PC e não dispõe de pelo menos 10 PC’s (para 50 alunos está bem longe do ideal) ou pelo menos de alguns microscópios para que se possa fazer alguns experimentos em sala de aula (em física eu faço aos montes), no mais 90% de meus alunos preferem Adão e Eva a historinha da ameba que evoluiu.

Caro João, voltando às percentagens, 90% dos acadêmicos não conseguem tirar suas linhas de visada dos seus próprios narizes, e alguns acham que estão fazendo até demais pela humanidade. Igualmente a você, prevejo outra "Idade Média" ou coisa bem pior, pois está aí o PCC, os criacionistas, a Alcaeda, o George W. Bush, entre milhares que me deixam com uma pulga atrás da orelha, por isso continuo insinuando que os acadêmicos de plantão sujem as mãos de graxa ao invés de ficarem escrevendo textos bonitinhos e educadinhos.
A palavra convence, o exemplo arrasta.

P.S.: eu sou professor de escola pública e sei do que estou falando por simples vivência!

João Carlos disse...

Kynismos, talvez lhe sirva de consolo o fato de que os "babacas de carteirinha" sempre me acharam um tipo "perigoso" (eu não ligava a mínima para goma no uniforme, cabelos "no artigo" e outros valores tão preciosos na vida militar) e ficaram muito aliviados quando eu pedi compulsória...

De resto, só tenho a concordar com você. O grande problema é que 99% dos acadêmicos são - da mesma forma que os oficiais - "babacas de carteirinha". Só se falam entre si. É raro você encontrar cientistas que "desçam de seu pedestal" e se disponham a explicar ao comum dos mortais os "mistérios da academia". Eu observo, com mais freqüência, essa tendência entre os médicos. Só para relatar um caso que conheço, minha mulher andava particularmente agitada e irascível. Um médico, declarou que ela apresentava sintomas de "bócio tóxico" e a encaminhou a uma série de exames, cujo laudo afirmava que ela padecia da "síndrome de Grave". A partir daí, ela passou a se medicar e cuidar do mal: hipertiroidísmo. O chato aqui, que não gosta de ser enrolado por jargão, é quem foi aos dicionários e enciclopédias da vida para descobrir que os três nomes significam a mesmíssima coisa...

E - quanto menos matemática envolve a "ciência" - mais os jargões são usados.

Os participantes deste "Roda de Ciência" são a honrosa excessão que confirma a regra. E só acompanhar seus blogs para ver que a "ciência" pode ser apresentada de maneira inteligível e, quando os cientistas "descem da cátedra", como a coisa muda!...