Olhar as estrelas não é só para poetas e apaixonados. Entender os céus é uma busca que vem desde a Idade Média. Para encontrar a morada divina, sim. Mas quando imagino o olhar perdido em meio a estrelas, penso que a cosmogonia não é a responsável pela curiosidade celeste. O contrário parece mais plausível.
Andar em meio à noite escura, longe das luzes da cidade, dá uma noção esmagadora da própria pequenez. E da pequenez humana, e deste mundo. A imensidão, que em noites sem luar parece formar um manto que se poderia tocar ao esticar a mão, é capaz de criar uma sensação de religiosidade até no mais empedernido ateu (que, claro, não confessará). Imagino os nossos antepassados, muito antes de haver luz elétrica para atrapalhar a contemplação, imaginando que ali só poderia haver algo muito divino.
Enfim, reflexões que vêm de imaginar o que leva a tanto investimento em exploração espacial, a tanta gente passar a vida sonhando com entrar numa latinha, viajar pelo espaço e ser lançada sem dó nalguma superfície longínqua.
As histórias espaciais causam fascínio. Difícil ficar indiferente aos reparos do Hubble ou a imaginar, em 1969, o astronauta Neil Armstrong tomando o controle da Apollo 11 para encontrar um local para pouso na Lua enquanto os controles gritavam sinais de emergência, porque o alvo planejado era mais pedregoso do que previsto.
Por causa disso tudo, uma matéria que escrevi para a edição de agosto da revista Pesquisa me deixou especialmente entusiasmada. É sobre vulcões extraterrestres, veja mais no Ciência e ideias.
17 julho, 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário