04 maio, 2009

Porcos, Cisnes e Pseudociência


Ainda no tema de abril.

Quando você entra numa livraria, depois dos livros de auto-ajuda e new age, uma das áreas mais populares são os livros pop de administração e marketing. Alguém já analisou essa literatura em termos de contribuição para a divulgação científica? OK, eu sei que o leitor de O Gerente Quântico não vai ter uma idéia adequada de Física Quântica, mas ele será menos ignorante sobre quântica do que um gerente tipo Homer Simpson que não leu o livro. Ou não?

Se você ponderar bem, mesmo os livros de pseudociência ajudam a divulgar a ciência. Conversando com meus colegas físicos, eu vejo que toda uma geração foi despertada para a vocação científica lendo revista Planeta na década de 70 (na época em que era editada por Inácio de Loyola Brandão, claro!)  e os livros O Despertar dos Mágicos e Eram os Deuses Astronautas
Como disse Reinaldo Lopes em seu novo blog CCC, se você pensar bem os filmes de Indiana Jones são todos pseudocientíficos (arca perdida,  santo graal, ETs e crânios de cristal etc.) e sua apresentação da pesquisa arqueológica é totalmente distorcida, mas muitos e muitos meninos e meninas se tornaram ou sonharam ser arqueólogos devido a esses filmes. Será que alguém já percebeu que o despertar de vocações científica é não-linear, que muitas vezes um museu de ciência inteiro não adianta mas um simples conto de Isaac Asimov pode ser decisivo?

(Leia o post completo no SEMCIÊNCIA)

Um comentário:

João Carlos disse...

É sempre bom observar que as pandemias não são exatamente um "cisne negro". Na verdade, todo esse hype por conta da gripe suína H1N1, acontece porque não é mais uma questão de "se": é uma questão de "quando". Os dois últimos "aperte o botão de pânico!" vieram da SARS e da gripe aviária H5N1.

Eu poderia argumentar, igualmente, que a lambança no mercado financeiro também não era uma questão de "se". Quem se der ao trabalho de procurar nos arquivos do "Chi vó, non pó", vai encontrar diversos posts argumentando que já era de se esperar que as economias (em particular, a americana) fossem quebrar, mais cedo ou mais tarde.

De resto, só tenho a observar que, se fôssemos aceitar como "científicas" apenas as previsões com alto grau de precisão, isso excluiria imediata e injustamente a meteorologia.