Três dias antes de meu 7º aniversário uma notícia espantosa correu o mundo: a União Soviética tinha colocado um satélite artificial em órbita!… Em um mundo ainda sob os efeitos da perplexidade das armas atômicas e dos horrores da 2ª Guerra Mundial (e da recente Guerra da Coréia), havia um campo fértil para as lendas sobre “Discos Voadores” (o Projeto “Blue Book” estava, ainda, a plena carga) e começavam a surgir, na esteira de previsões sombrias de “1984″, os temores de que os “Cérebros Eletrônicos” (a versão em “estado-da-arte” do monstro de Frankenstein) pudessem “dominar o mundo” (embora não esclarecessem bem para que uma máquina “inteligente” iria se preocupar em dominar um mundo habitado por uma espécie tão idiota a ponto de deixar de instalar um interruptor “liga/desliga” em algo tão perigoso…)
Como os editores portugueses ainda tinham preferência e exclusividade na obtenção de “direitos de tradução para a lingua portuguesa”, o jeito que eu arrumei foi aprender a ler na lígua da família de minha mãe e tentar saber mais sobre os “Oceanos de Vênus” e a “Moribunda Civilização de Marte”…
Ainda era a época em que o Projeto “Bluebook” andava a pleno vapor e os “cinemas-poeiras” exibiam “trashes” como “Plan 9 from outer space”…
É de espantar que a Ficção Científica tenha tido uma influência tão grande na minha vida?…
6 comentários:
Você subestima profundamente a ficção científica contemporânea... Autores como Charles Stross ou Greg Egan conseguem transformar quebra de simetria e métricas alternativas do espaço-tempo em aventuras empolgantes sem perder o ritmo.
Mas eu creio que o principal poder da fc está em gerar alternativas consistentes ao mundo tal-como-é; ao ser consistente, a alternativa torna-se um convite ao exame racional e à reflexão. Se estiver presente, essa qualidade redime até mesmo trabalhos aparentemente "datados", como os velhos romances de Asimov dos anos 50.
Não é exatamente uma questão de "subestimar"... É de estar desatualizado, mesmo... ;) O último autor que me causou algum interesse foi Orson Scott Card (Ender's Game e seqüelas...)
Mas eu acabei de receber um Boletim do Inside Science News Service que trata de uma série de TV americana, Fringe, que, talvez, exponha melhor o que eu digo do que minhas próprias palavras. (Assim que eu traduzir, eu ponho o link aqui).
João Carlos:
Estou curioso quanto ao seu nick.
Você tem um estilo muito bom e lembra-me um comentarista que usava o nome Walid lá no Dória.
É o mesmo?
@ Carlos Magno:
(Obrigado pelo elogio ao estilo!...) Mas eu sou mesmo João Carlos da Cunha Lima e sou mesmo um mero Oficial Reformado da Marinha.
joão carlos, teus questionamentos me deixaram de coração apertado. será que a ciência ficou tão poderosa e tão específica que não sobrou espaço pros sonhos?
não posso acreditar nisso. sem base nenhuma, só porque sou sonhadora, digo que sempre há novos caminhos pra se sonhar.
um pouco à parte, para quem tem ouvido treinado em inglês, ouvi recentemente um debate que tem a ver com isso: "science in fiction on the big screen"
A proposta da Ficção ciedntífica não é antecipar o futuro, mas através da anteciapçaõ, falar do presente.
Hoje os cérebros eletrônicos saõ substituidos por Matrix, que uma versão pós moderna do medo tecnológico dos anos 60.
Não há mais o medo dos Russos nos bombardearem, mas de um terrorista qualquer apropriar-se de uma bomba nuclear e fazer uso dela sem escrúpulos ou medo de morrer junto.
Para de ler o ABCD...H(Asimov, Bradbury, Clark Dick e Heinlain) e comece a ler autores mais novos como Gibson, Neal Stepehnson, e os recentes escritores brasileiros, Cristina Lasatis e Roberto Causo.
Disney (que você citou indiretamente) disse sobre a animação que era tornar plausivel o impossivel. O mesmo pode ser aplicado à FC. Com certeza não temos cerebros eletrônicos, mas temos o Cray e Inteligencia Articial, que não nos dominam mas tiram empregos até de cientistas, não encontramos ainda oficialmente seres evoluídos de outros planetas ,´mas há biologos estudam "exobiologia" que seria uma espculação sobre a vida em outros ecossistemas que não deste planeta...
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