15 novembro, 2007

Um Oceano de Problemas


"Na terra onde o mar não bate,
não bate o meu coração.
O mar onde o céu flutua,
onde morre o Sol e a Lua,
e acaba o caminho do chão"

(Gilberto Gil, Beira Mar)

É, no mínimo, curioso que, tendo mais de 71% de sua superfície coberta por águas, este planeta seja chamado "Terra". E este "bairrismo" do ser humano vai mais longe.

Vai tão longe quanto o Sputnik 1, lançado para além da atmosfera em 04 de outubro de 1957, enquanto que o fundo da Fossa das Marianas só foi atingido pelo "Trieste" em 23 de janeiro de 1960...


(continue lendo aqui)

5 comentários:

Maria Guimarães disse...

acho que o fascínio pelos mares é forte. por que outro motivo homens desde tempos imemoriais se lançam na imensidão desconhecida?
o jeito sem fim do oceano é que engana. parecia que dava para retirar sustento infinito dali, parecia que nunca produziríamos dejetos suficientes para poluir aquele mundão de água.
será que é tarde para se perceber que há que cuidar do mar?

João Carlos disse...

Olha só, Maria... Neste assunto eu acho que ninguém melhor do que a Lúcia para opinar. Mas há que respeitar seu recolhimento.

Mas as notícias que ela trouxe dos Penedos de São Pedro e São Paulo são bastante desanimadoras.

João Carlos disse...

Caramba!... É sempre um prazer ver que um assunto de tamanha importância é merecedor de tanta atenção e provoca tantas discussões!...

Comparem com as discussões sobre "A representação social do cientista" e percebam porque os não-cientistas têm uma opinião tão ruim sobre os cientistas... O mínimo que eu posso dizer é que "vivem dentro de suas torres", como os velhos alquimistas, tratando de assuntos "misteriosos" e o destino dos mortais comuns não lhes diz respeito...

Maria Guimarães disse...

joão carlos, é estranho mesmo este silêncio. será que o problema é ser um assunto difícil, para o qual não temos respostas? entra aí a questão do cientista achar que tem que ter razão, que precisa deter a verdade. neste caso, se há uma verdade ainda não sabemos qual é.

a não ser para os pessimistas, aí a verdade é que já era. e taí outro motivo possível para o desânimo desta roda, já que os oceanos foram pro brejo, para que ficar debatendo em torno de obituários?

mas prefiro uma terceira hipótese: estão todos tão atolados quanto eu, vamos votar por manter a discussão mais um mês e o papo vai acabar pegando.

Lucia Malla disse...

João, muito boa as colocações reflexivas q vc joga nesse texto. Como simplesmente ignoramos o mar - e agora vamos pagar o pato por tal atitude. Mas o mais interessante a meu ver está no fim de seu texto, quando vem à tona a noção de que de nada (ou de muito pouco...) adianta vc plantar árvores na terra: há de se salvar os 71% de água que nos envolve antes de reflorestar, ou concomitantemente. Fazer só um deles não adiantará muito, e essa é uma idéia q a massa não entende. Plantar uma árvore é ótimo, mas devia vir acoplada a um ato qualquer q ajudasse o mar a sobreviver melhor. Talvez diminuir a quantidade de peixe q ingerimos. Ou evitar jogar sacos plásticos no mar. Enfim, alguma coisa a ser feita pelo mar.

O tema gera silêncio porque carregamos a culpa, talvez. É péssimo termos culpa (a psiquiatria pode falar melhor sobre isso...) mas é um fato, infelizmente: ignoramos o mar desde o início de nossa existência na Terra. Agora, q sua importância à sobrevivência do planeta se revela, precisamos reverter as besteiras feitas.

Muito complexo ao ser humano, principalmente no âmbito psicológico, da individualidade.

Parabéns pelo alerta, João.