29 abril, 2009

Ceticismo e Pseudociência


"Ela é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram. Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho nenhum" (José Serra, sobre a gripe suína).

Eu estou tentando entender a atitude de meus colegas blogueiros científicos sobre a questão da gripe suína e estou meio atônito. Afora alguns poucos posts informativos (ver aqui , aqui e aqui), boa parte da reação da blogosfera científica é uma mistura de ceticismo que apela para teorias conspiratórias e ridicularização do hype da mídia. Em contraste, vários blogueiros sérios do ScienceBlogs americano (aqui , aqui e aqui) estão fazendo discussões aprofundadas e o próprio site do SB dá destaque ao assunto.

Acho que poderíamos e deveríamos fazer mais do que isso. Ando desconfiado que o namoro que muitos blogueiros científicos possuem com o movimento cético acabou por afetar suas capacidades críticas. Lembram o comportamento dos "céticos do clima" em relação às mudanças climáticas etc. Acho que vou escrever um post sobre isso, para lembrar que ceticismo não é sinônimo de ciência, mas talvez da pseudociência.

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14 abril, 2009

Quando um governo embraca em pseudo-ciência

Li no Pharyngula uma notícia de que o jornalista Ben Goldacre que escreve a coluna semanal “Bad Science" no The Guardian, tinha se livrado da restrição judicial a ele imposta e tornado público o "capítulo omitido" de seu livro ("Bad Science"... que outro título teria?...)

Para minha surpresa, o tal capítulo está lá, inteirinho, no post de 9 de abril do blog "Bad Science", com o sugestivo título: "Matthias Rath — roubem este capítulo".

Goldacre pede explicitamente a seus leitores que ajudem a divulgar o conteúdo do capítulo proibido... Tentação demais, né?... Eu traduzi...

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12 abril, 2009

Mais duas contribuições para a discussão:

O Osame pediu uma definição do que vem a ser Pseudo-ciência e eu fui pesquisar. Encontrei um bom texto, em inglês, no site do Donald Simanek, cujo "Museu dos Dispositivos Impraticáveis" tem uma boa tradução, feita pelo pessoal do "Ceticismo Aberto". Perguntei a meu scibling Kentaro Mori se havia também uma tradução da página com a explicação sobre pseudo-ciência.

Não havia... Só que Mori rapidamente consertou essa falha e traduziu e publicou no "100nexos". Leia aqui em: O que é ciência? O que é pseudo-ciência? (Só não esqueça de trazer seu eventual comentário para aqui, também).

E Mori ainda indicou o artigo de Widson Reis e Alexandre Castro publicado na antiga Revista Terra Redonda. (idem sobre comentários).

Eu tenho “no forno” uma matéria “quente” do Ben Goldacre (da coluna semanal “Bad Science” do “The Guardian”, mas é enorme e ainda está esperando uma revisão dos sciblings — com sorte, estará liberada hoje à noite). Enquanto vocês esperam por minha bombástica novidade, podem ir se divertindo com as matérias linkadas acima...


09 abril, 2009

A linha demarcatória entre ciência e pseudociência é fuzzy...


Maria sugeriu que eu transformasse meus comentários em um post. Aqui vai, mas ainda sem muita ponderação...

Vamos definir pseudociência primeiro? Proponho a seguinte definição mínima: uma afirmação ou teoria é pseudocientífica se ela contradiz teorias científicas bem estabelecidas, não dá conta de forma honesta das evidências contrárias (por exemplo, só o faz apelando a teorias conspiratórias) e AO MESMO TEMPO afirma de modo forte que continua a "ser científica".

Assim, se uma corrente filosófica ou escola (ou religião) não afirmam ser científicas, então não são pseudocientíficias por esta definição: ou seja, elas nao tentaram passar por científicas (dai o adjetivo pseudo) quando não o eram.

Neste esquema, a Psicanálise, o Camdomblé e a Teologia da Libertação não são pseudocientíficas, mas a o Criacionismo científico, a Cientologia e o Espiritismo seriam (apenas na medida que afirmam que possuem bases científicas sólidas que na verdade não possuem).

Achei o tom do post do Igor meio rigoroso, ele elimina a Economia e a Meteorologia como campos cientificos (para nao falar das ciências sociais) pois em tais áreas nao é possivel fazer previsões .Ou alguém previu (cientificamente) a crise mundial?

Eu aprendi em "Contra o Método" de Feyrabend e "A Estrutura das Revoluções Científicas" de Kuhn (e na minha experiência pessoal de 20 anos como cientista) que o processo científico não é tão certinho, progressivo e linear assim. Acho que existem práticas metodológicas (usar bons metodos estatísticos, evitar falácias lógicas, argmentar usando evidências etc), mas fica dificil acreditar no Método com M maiúsculo.

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07 abril, 2009

Previsível. Replicável. Falseável.

E quem vai ter o primeiro post linkado para a discussão deste mês, não é um dos contribuidores do Roda de Ciência: é meu Scibling Igor Santos do "42".

O Método Científico é o processo pelo qual os cientistas, coletivamente e com o passar do tempo, se aventuram para ajudar a construir uma representação do mundo cada vez mais apurada, confiável, consistente e não-arbitrária.

Tudo o que acontece, se dá por alguma causa natural, que pode ser explicada racionalmente. Não conseguir ver a causa não é o mesmo que a causa não existir (ausência de evidência não é evidência de ausência). Exemplo: passamos alguns milhares de anos sem saber como o Sol se movia ou a Chuva caía. Não víamos a causa, mas ela sempre esteve lá. Se acontece, é natural; se é natural, pode ser explicado; se ainda não é explicado, com perseverança e diligência (e, às vezes, sorte), é passível de ser. Não tema!



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